O Parnasianismo foi um movimento literário que se destacou no final do século XIX, trazendo importantes mudanças estilísticas e filosóficas para a literatura. Com uma ênfase na objetividade, na forma e no rigor poético, o Parnasianismo rompeu com o subjetivismo do Romantismo e introduziu uma nova abordagem à poesia.
Confira a seguir alguns detalhes sobre o contexto histórico, as características marcantes, os principais autores e obras desse movimento literário.
O Parnasianismo surgiu na segunda metade do século XIX, mais precisamente na França, como uma reação ao subjetivismo e sentimentalismo romântico que dominava a literatura da época. Esse período também foi marcado por profundas transformações sociais, culturais e políticas, que tiveram impacto significativo na produção literária.
Na França, os parnasianos se inspiraram no rigor formal da literatura clássica greco-romana, valorizando principalmente a objetividade, a perfeição formal e a ênfase na descrição precisa dos objetos e cenários. Esse movimento teve grande influência na literatura de outros países, incluindo o Brasil.
No Brasil, o Parnasianismo ganhou força no final do século XIX, em meio a um cenário de transição da monarquia para a república. Os poetas parnasianos brasileiros também buscaram aperfeiçoar a forma poética, afastando-se das emoções exacerbadas do Romantismo. Esse contexto histórico contribuiu para a consolidação do movimento no país.
O Parnasianismo se destacou por uma série de características marcantes que o diferenciaram do Romantismo e de outros movimentos literários. Alguns dos traços mais importantes incluem:
Objetividade: Os parnasianos valorizavam a objetividade em suas obras. Desse modo, as obras buscavam uma representação precisa da realidade. Eles evitavam a expressão de emoções pessoais e subjetivas, priorizando principalmente a descrição precisa de objetos, cenas e sentimentos.
Rigor Formal: A forma poética era uma preocupação central para os parnasianos. Eles dedicavam grande atenção à métrica, à rima e à estrutura de seus poemas, buscando a perfeição técnica. Nesse sentido, a linguagem era cuidadosamente escolhida, e a ênfase recaía na clareza e precisão das palavras.
Universalismo: Ao contrário do Romantismo, que frequentemente se concentrava em temas nacionais e individuais, o Parnasianismo adotava uma perspectiva universal. Desse modo, os temas abordados pelos parnasianos transcendiam as fronteiras geográficas e culturais, abordando temas atemporais e universais.
Descritivismo: A poesia parnasiana frequentemente se destacava pelo descritivismo minucioso, pois os poetas buscavam retratar detalhadamente a natureza, objetos e cenários, usando uma linguagem rica em imagens e metáforas.
Culto à Forma: Os parnasianos cultuavam a forma poética, muitas vezes rejeitando a espontaneidade romântica em favor de um processo de escrita mais controlado e planejado. Eles acreditavam que a poesia deveria ser moldada e trabalhada com precisão.
O Parnasianismo produziu uma série de poetas renomados que deixaram uma marca duradoura na literatura. Nesse sentido, apresentamos a seguir alguns dos principais autores desse movimento.
Alberto de Oliveira (1857-1937)
Alberto de Oliveira foi um dos principais representantes do Parnasianismo no Brasil. Sua obra “Harpa Romântica” (1883) é um marco do movimento e apresenta características como a busca pela perfeição formal e o descritivismo minucioso.
Raimundo Correia (1859-1911)
Raimundo Correia foi outro poeta importante do Parnasianismo brasileiro. Seu livro “Sinfonias” (1890) é conhecido por sua linguagem elaborada e pela ênfase na forma poética.
Olavo Bilac (1865-1918)
Olavo Bilac é talvez o mais conhecido dos poetas parnasianos brasileiros. Na obra “Poesias” (1888), o autor traz poemas icônicos como “Via Láctea” e “Ora (direis) ouvir estrelas,” que exemplificam as características do movimento, como, por exemplo, a objetividade e o rigor formal.
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