Motoboys que atuam como entregadores na cidade de São Paulo prometem participar de uma mobilização na capital paulista na tarde desta segunda-feira (17). Segundo as informações do Sindimoto-SP, a concentração dos trabalhadores acontecerá na frente da sede da organização, que fica localizada no Brooklin.
Os motoboys participarão de uma motociata até a sede da prefeitura de São Paulo. Por lá, eles têm uma reunião agendada com representantes do prefeito Ricardo Nunes (MDB). Os trabalhadores entregarão uma série de pedidos com o objetivo de padronizar os trabalhadores e evitar que eles sejam confundidos com criminosos.
“Durante a pandemia, éramos ‘comparados a heróis’, por várias vezes recebemos os mais diversos tipos de incentivo da população e consumidores. Agora voltamos à estaca zero, a classe trabalhadora está sendo associada a crimes e vandalismo”, diz o ofício que será entregue para os representantes da prefeitura de São Paulo.
A movimentação acontece porque os trabalhadores que atuam na entrega de comida e de outros produtos perceberam uma mudança na postura dos clientes, sobretudo nas últimas semanas. Eles creditam a situação ao assassinato de um universitário na Zona Sul da cidade no último mês de maio. Ele foi morto por um criminoso que se passou por um entregador.
Desde então, os trabalhadores pedem que a prefeitura atenda aos pedidos de padronização o quanto antes, para que as pessoas possam ter certeza de que eles não são criminosos. A prefeitura de São Paulo confirmou a reunião e disse que está disposta a escutar os pedidos dos trabalhadores neste momento. No entanto, não há garantia de que as propostas serão atendidas.
Segundo as informações do próprio Sindmoto, os profissionais pedem que a prefeitura padronize, por exemplo, as mochilas que eles utilizam no processo de entrega. Uma possibilidade levantada pelos profissionais é o uso de um baú universal.
Outra ideia do Sindimoto é fazer com que a prefeitura mude as placas das motos dos trabalhadores autorizados. Assim, os cidadãos teriam mais um indício de que aquele determinado motoboy não é um criminoso, mas alguém credenciado para cumprir a função.
Além disso, o Sindmoto também indica que a prefeitura poderia exigir que os trabalhadores da área realizassem uma espécie de curso e só recebessem a licença para o trabalho depois da conclusão do processo de estudo sobre esta modalidade de trabalho.
Esta não é a primeira vez que profissionais que trabalham com entregas por aplicativos realizam protestos no país. Ainda em maio, os mesmos trabalhadores chegaram a enviar um ofício para a prefeitura já pedindo a padronização.
Entretanto, as paralisações da categoria acontecem com mais força nos últimos meses por causa de uma série de outras situações. Os motoboys pedem por melhorias nas condições de trabalho neste momento.
Vale lembrar que os trabalhadores da área entraram em maior evidência durante a pandemia do coronavírus no país. De lá até aqui, os empregados da área pedem uma atualização no sistema de leis e de direitos para os indivíduos.