Imagine uma moeda muito rara, e ao mesmo tempo pouca conhecida dentro do universo numismático. Peças como estas podem valer muito dinheiro se encontradas em bom estado de conservação. Estamos falando do exemplar de 100 cruzados do ano de 1988.
Esta é uma peça considerada essencial para a história monetária do país, porque é uma moeda que faz uma alusão aos 100 anos da abolição da escravidão no Brasil. É possível encontrar exemplares que contam com uma criança negra, um homem negro ou mesmo uma mulher negra. As três peças foram postas em circulação.
Uma curiosidade sobre esta moeda é que os artistas responsáveis pela criação usaram pessoas negras da época para criar o desenho. Os nomes destas pessoas, no entanto, não foi divulgado. O que se sabe é que internamente esta peça é conhecida pelo nome de “Axé”.
Identificando a moeda
Abaixo, você pode conferir as principais características destas peças de 100 cruzados do ano de 1988, que fazem uma homenagem aos 100 anos da abolição da escravidão no país.
- Reforma Monetária;
- Plano Monetário: Padrão Cruzado (1986 -1989);
- Período: República;
- Casa da Moeda: Rio de Janeiro;
- Diâmetro: 31mm;
- Peso: 9.95gr;
- Metal: Aço Inoxidável;
- Borda: Lisa;
- Reverso: Moeda;
- Comemorativa: Centenário da Abolição da Escravatura – Série Axé;
- Moeda Desmonetizada;
- Anverso: Desenho representando um homem negro (pode também ser uma mulher ou criança) acompanhado das inscrições ‘CENTENÁRIO DA ABOLIÇÃO 1888 – 1988 – AXÉ;
- Reverso: Valor de face acompanhado do dístico ‘BRASIL’ e estrelas.
Quanto vale a moeda Axé
Esta é uma moeda de baixa tiragem. Segundo informações oficiais do Banco Central, cada uma delas contou com apenas 200 mil exemplares em circulação. Na prática, isso significa que encontrar uma delas hoje em dia não é das tarefas mais fáceis.
Mas isso também significa que elas são muito raras, e que podem valer um bom dinheiro no final das contas. Na tabela abaixo, você pode conferir o detalhamento de valores projetados para estas peças, considerando o catálogo mais atualizado por colecionadores.
- Moeda de 100 cruzados de 1988 com menino, mulher ou homem na face
MBC | SOBERBA | FLOR DE CUNHO |
– | R$ 100 | R$ 120 |
- Moeda de 100 cruzados de 1988 com menino, mulher ou homem na face e a inscrição PROVA
MBC | SOBERBA | FLOR DE CUNHO |
– | R$ 300 | R$ 500 |
Entendendo as classificações
Para os iniciantes, as inscrições acima podem parecer complexas. Afinal de contas, o que significa o termo Flor de Cunho, por exemplo. As classificações acima estão relacionadas ao estado de conservação de cada uma destas peças, segundo as informações de colecionadores.
- MBC
Para começar, vamos detalhar o que significa uma moeda MBC. Este termo significa “Muito bem conservada”. Para que a peça entre nesta classificação, ela precisa ter, no mínimo, 70% de sua aparência original. Os analistas também dizem que o seu nível de desgaste deve sempre ser homogêneo.
- Soberba
Uma moeda soberba é a aquela que conta com pelo menos 90% dos detalhes originais preservados. Trata-se de uma peça que conta com pouco vestígio de circulação e de manuseio. No universo da numismática, este item é considerado intermediário, mas já se trata de um valor mais alto.
- Flor de cunho
O termo Flor de Cunho vem da inscrição em inglês uncirculated. Trata-se de uma peça que não apresenta mais nenhum tipo de desgaste e nem de manuseio. Absolutamente todos os detalhes da cunhagem estão com a sua aparência original. Também não há nenhum indicativo de limpeza ou de química. Mesmo por isso, moedas flor de cunho são sempre as mais valiosas.
História das moedas no Brasil
Mesmo na época do Brasil Império, já existia uma preocupação com o material usado nas moedas que seriam usadas no comércio. De acordo com um relatório histórico do Banco Central, com o passar dos anos, os imperadores começaram a alterar o material usado na fabricação destas peças.
“Com a generalização do uso de cédulas, a cunhagem de moedas direcionou-se para a produção de valores destinados ao troco. O cobre foi sendo substituído por ligas modernas, mais duráveis, de modo a suportar a circulação do dinheiro de mão em mão. A partir de 1868, foram introduzidas moedas de bronze e, a partir de 1870, moedas de cuproníquel”, diz o Banco Central.