Ministro diz que novo Bolsa Família será apresentado em fevereiro

Embora os pagamentos do programa Bolsa Família comecem já a partir da próxima semana, o projeto em si deverá ser apresentado oficialmente apenas em fevereiro. Em entrevista coletiva, o Ministro do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias confirmou esta informação.

O Ministro também voltou a confirmar que o seu Ministério deverá iniciar o processo de atualização dos dados do Cadúnico. Trata-se da lista do Governo Federal que reúne os nomes das famílias que estão em situação de vulnerabilidade social no Brasil. É a partir destes dados que a União seleciona usuários para programas sociais.

Depois da conclusão do trabalho de atualização do Cadúnico, o Governo Federal deverá iniciar os pagamentos do adicional de R$ 150 por filhos menores de seis anos de idade. Dias garantiu que as liberações deste bônus acontecerão a partir de março, e não mais de janeiro, como se esperava inicialmente.

“Nós vamos ter as condições para já em fevereiro iniciar as condições de ter a entrada de pessoas que estão fora do Bolsa Família. Também vamos começar a iniciar a liberação dos cartões com os pagamentos de R$ 150 com base nesta atualização cadastral”, disse Dias em coletiva para jornalistas nesta quarta-feira (11).

“O novo Bolsa Família tem o pagamento focado na família. O recadastramento certamente vai encontrar a chamada família unipessoal. Nós olhamos lá, e são cerca de 10 milhões no meio de 40 milhões de famílias que estão no Cadastro Único. Nós temos uma parte considerável que estará passando pelo crivo desta atualização”, completou o Ministro.

Busca ativa

Na entrevista coletiva, Dias também frisou que a ideia de realizar um pente-fino nas contas do Cadúnico não é apenas excluir alegadas contas falsas. Segundo ele, também há a necessidade de inserir pessoas.

Na avaliação do Ministério do Desenvolvimento Social, há uma parcela de cidadãos brasileiros que cumprem todas as exigências de entrada no programa, mas que não estão conseguindo receber nada. A ideia é procurar estas pessoas.

Para tanto, a pasta indica que deverá iniciar um processo de busca ativa. Eles teriam que pedir ajuda dos governadores estaduais e das gestões municipais para que os agentes sociais encontrem estas pessoas.

O problema antes do Bolsa Família

Recentemente o Tribunal de Contas da União (TCU) divulgou um relatório criticando o desenho dos pagamentos do programa Auxílio Brasil. Segundo o documento, este formato teria ajudado a propagação de fraudes.

Pelo Auxílio Brasil, todos os usuários recebem o mesmo patamar mínimo de R$ 600 por família, não importando quantas pessoas residem em uma mesma casa. A suspeita do TCU é de que alguns usuários tenham se desmembrado propositalmente das suas famílias apenas com o intuito de receber R$ 600 sozinhos.

Desta forma, o novo Ministério decidiu realizar o pente-fino para confirmar quem são as pessoas que realmente precisam do dinheiro. Logo depois deste processo, eles devem começar a pagar todos os adicionais prometidos, incluindo aí o bônus de R$ 150 por filhos menores de seis anos de idade.