Um pacote de concursos federais será autorizado até o dia 10 de abril, de acordo com a ministra de Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck.
O anúncio foi feito durante entrevista aos veículos de imprensa do grupo EBC (Empresa Brasil de Comunicação).
A data foi escolhida para marcar os cem primeiros dias do governo do presidente Lula. Segundo a ministra, já existe orçamento previsto para realização dos concursos, mas serão priorizados aqueles com maior déficit de pessoal.
“Várias áreas estão com dificuldade. Foi um período de muito desmonte, praticamente sem nenhum concurso”, disse a ministra em entrevista.
Em fevereiro deste ano, Esther mencionou órgãos federais com carência de servidores, como o IBGE e o Banco Central, e, portanto, a necessidade de novos certames.
“Desde que eu estava aqui [no governo Dilma Rousseff], eu já acompanhava áreas que tinham muita gente em abono de permanência, com risco de aposentadoria, e a reforma da Previdência em 2019 acelerou. Áreas que já estavam com risco muito grande, com 30% da folha podiam se aposentar. [Como] IBGE e Banco Central, mas tem outras também”, informou.
Ainda de acordo com a ministra até o final de 2023 podem ser autorizados três pacotes de concursos federais, incluindo esse primeiro anunciado durante entrevista.
Apesar da ministra não citar diretamente quais as áreas e órgãos que serão contemplados pelo pacote de concursos, é possível fazer uma previsão a partir da defasagem e da necessidade de cada órgão. Confira:
O concurso para Polícia Federal é um dos que estão na mira do ministério. Isso porque o número de cargos de agente administrativo vagos no órgão vem se acumulando nos últimos anos.
Cerca de 451 cargos estão para ser preenchidos. O cargo exige nível médio de escolaridade e oferece remuneração de R$ 5.115,88, além do auxílio-alimentação de R$ 658.
De acordo com dados do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait) o Brasil nunca teve um número tão baixo de auditores fiscais do trabalho como atualmente. Para reverter o quadro, o órgão necessita de um novo concurso.
O cargo exige nível superior de escolaridade com remuneração de R$ 23.579,70.
O concurso Bacen esteve presente na fala da ministra e, portanto, deve ser um dos primeiros a entrar no pacote de novos concursos federais.
O órgão pede a abertura de um edital com 245 vagas para os cargos de técnico, analista e procurador.
Para o cargo técnico é exigido nível médio dos candidatos, enquanto as demais carreiras exigem nível superior. Os salários do Bacen são de R$ 8.595 (técnicos), R$ 21.582 (analistas) e R$ 23.563 (procurador).
Outro concurso que está na pauta da ministra é o do IBGE. Em janeiro deste ano, o órgão solicitou a abertura de um certame com o objetivo de preencher vagas efetivas.
Em 2022, o IBGE encaminhou para o antigo Ministério da Economia um pedido de concurso para o preenchimento de 2.503 vagas, distribuídas entre os seguintes cargos:
A remuneração prevista é de R$ 4.057,21 para técnicos e R$ 8.336,89 para analistas.
Mesmo com um concurso em andamento, o INSS precisa de mais servidores para atender a demanda em todo o país.
“Temos que preparar o novo concurso que há mais de dez anos não é realizado. Nós temos praticamente a metade do efetivo inicial. É necessário mais peritos”, afirmou o ministro em entrevista ao programa Manhã Bandeirantes.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) é outro órgão que sofreu perda de servidores nos últimos anos e necessita de um novo concurso.
“Ao longo do tempo, iremos recuperar a estrutura ideal do órgão. Nós faremos concurso, reabriremos escritórios que foram fechados para que tenhamos uma política robusta. Hoje, não temos a estrutura necessária para poder fazer a diferença, mas essa diferença é necessária”, disse o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, na cerimônia de posse.
A expectativa é que o novo concurso ofereça, inicialmente, vagas apenas para os cargos de analista administrativo e analista ambiental. O salário é de R$ 10.014,71.
Diversas agências reguladoras também pedem pela realização de concurso público. Inclusive, muitas delas solicitaram autorização para o antigo Ministério da Economia. Cabe ao governo atual conceder ou não o aval. Confira abaixo as que podem entrar na lista do pacote de concursos federais: