9,3 milhões de adultos e idosos correm risco com volta às aulas, diz Fiocruz
De acordo com a Fiocruz, o que mais preocupa é a possibilidade dos estudantes contaminarem seus parentes idosos e com comorbidades de saúde
De acordo com um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgado nesta quarta, 22, a volta às aulas representa um risco à sociedade como um todo.
Não somente para as crianças, os adolescentes e o corpo docente que faz parte desse retorno físico. Mas também para os familiares, sobretudo idosos e adultos que estão no grupo de risco caso haja contágio por Covid-19.
Segundo a instituição, cerca de 9,3 milhões de adultos e idosos fazem parte do círculo familiar desses estudantes que retornarão às escolas em breve.
“A volta às aulas pode representar um perigo a mais para cerca de 9,3 milhões de brasileiros (4,4% da população total) que são idosos ou adultos (com 18 anos ou mais) com problemas crônicos de saúde e que pertencem a grupos de risco da covid-19. Isso porque eles vivem na mesma casa que crianças e adolescentes em idade escolar (entre 3 e 17 anos)”, destaca a Fiocruz.
O cálculo de pessoas que residem na mesma moradia que o aluno foi feito com base na Pesquisa Nacional de Saúde (PNS 2013), realizada pelo IBGE.
Análise revelou parentes com comorbidades
De acordo com a Fiocruz, o que mais preocupa com a volta às aulas é a possibilidade dos estudantes serem potenciais contaminantes de seus parentes com comorbidades de saúde. Ou seja, doenças pré-existentes que possam agravar o quadro caso sejam infectados pelo novo coronavírus.
A pesquisa mostra que pelo menos 3,9 milhões (1,8% da população do país) de adultos com idade entre 18 e 59 anos que têm enfermidades crônicas como por exemplo: diabetes, doença do coração ou doença do pulmão, residem em domicílio com pelo menos um menor em idade escolar (entre 3 e 17 anos).
No caso dos idosos, com 60 anos ou mais, 5,4 milhões de pessoas (2,6% da população) mora na mesma casa que, pelo menos, um menor em idade escolar. Os número são bem altos.
Aqui no Notícias Concursos já trouxemos uma matéria com a fala de David Uip, responsável pelo Centro de Contingenciamento do Coronavírus em São Paulo, na qual revela que não há risco zero na volta às aulas.
Isto é, mesmo com todas as medidas de segurança, como distanciamento, álcool em gel, uso de máscaras, entre outros, há chances de contaminação durante a convivência nas escolas.
Dessa forma, os jovens, que não estão no grupo de risco, se tornam agentes contaminadores em potencial.
Risco da volta às aulas em São Paulo e Rio de Janeiro
A volta às aulas em São Paulo está prevista para o dia 8 de setembro nas instituições públicas e particulares. O Estado possui o maior número de pessoas contaminadas e de óbitos por Covid-19.
No estado de SP, cerca de 2,1 milhões de adultos e idosos se encaixam nos grupos de risco com crianças em casa. É seguido por Minas Gerais (1 milhão), Rio de Janeiro (600 mil) e Bahia (570 mil). O estado que lidera é o Rio Grande do Norte, com 6,1% do total de pessoas em situação de risco, apesar do número de contaminados ser menor que em São Paulo.
Já a volta às aulas no Rio de Janeiro, foi anunciado na terça-feira, 21, pelo prefeito Marcelo Crivella que haverá o retorno das turmas dos 4º, 5º, 8º e 9º anos das escolas particulares a partir do dia 3 de agosto.