Uma metodologia para ensinar matemática criada pela professora Jo Boaler, da Universidade Stanford, nos Estados Unidos tem feito sucesso em escolas da Grande São Paulo.
Ela foi aplicada em janeiro de 2020 com estudantes do 5º ano do ensino fundamental de duas instituições municipais de Cotia (SP).
A iniciativa foi pensada para integrar o Curso de Férias do Programa Mentalidades Matemáticas, que foi baseado na abordagem que dá super certo nas escolas norte-americanas.
A atividade envolveu 70 estudantes e teve dez dias de duração. Ao final, pode-se perceber uma evolução grande no aprendizado de matemática por parte dos participantes.
De acordo com a avaliação feita pelos responsáveis pelo projeto, os alunos apresentaram se desenvolveram na disciplina cerca de 1,3 ano de escolaridade em conceitos matemáticos. Ou seja, um salto substancial.
Como a educação pública brasileira é bem diferente, na prática, da aplicada nos Estados Unidos, o método precisou ser adaptado à realidade do País.
Até o momento, a saber, foi implementado na cidade de Cotia pelo Instituto Sidarta. A parceria também conta com a atuação do Itaú Social e da Secretaria Municipal de Educação do município.
Jack Dieckmann, diretor do Centro de Pesquisas Youcubed da Universidade Stanford (EUA) foi quem liderou o projeto do início ao fim.
“Como um estudo de validação, estamos construindo evidências para o Mentalidades Matemáticas fora do contexto original nos Estados Unidos. A equipe do Sidarta implementou o programa em uma escola pública brasileira, mostrando que, com a escolha certa das práticas de ensino e currículo, estudantes de todas as origens podem desfrutar e se sentirem capazes em matemática”, destacou Dieckmann.
Segundo os pesquisadores, a evolução de 1,3 ano alcançada pelos alunos é correspondente ao padrão norte-americano. Tal resultado foi calculado a partir do desempenho na avaliação Mathematics Assessment Resource Service.
Lembrando que a prova de matemática realizada pelos estudantes brasileiros é a mesma usada por Stanford nos cursos de férias que ocorrem nos EUA.
“A pesquisa nos trouxe evidências consistentes de que crianças brasileiras são capazes de aprender matemática em altos níveis quando desafiadas por um ensino aberto, criativo e visual. Ao desenvolver uma relação positiva com a matemática, elas se permitiram arriscar mais e aprenderam mais”, disse o presidente Instituto Sidarta, Ya Jen Chang.
Conforme visto, os resultados foram bem promissores, sobretudo se tratando de alunos de escolas públicas.
Por isso, o Itaú Social assumiu a responsabilidade de levar essa experiência para outros cantos do Brasil. De acordo com a instituição, pode ser uma nova tecnologia social para movimentar a educação nas redes públicas.
“Estes resultados significam que mais estudantes podem se beneficiar, não só o grupo que já apresenta um bom desempenho, aspecto fundamental para colocarmos a metodologia à disposição de municípios e estados parceiros”, destacou a especialista em educação do Itaú Social, Juliana Yade.