O Presidente Jair Bolsonaro anunciou ainda na última semana que o Auxílio Brasil vai fazer pagamentos mínimos de R$ 400. Esse é portanto um valor acima daquilo que vinha sendo especulado. Informações de bastidores davam conta de que o Palácio do Planalto pagaria algo em torno de R$ 300 mensalmente.
O fato, no entanto, é que mesmo com esse aumento do valor do Auxílio Brasil, o benefício ainda não vai ser suficiente para comprar uma cesta básica no país. E isso quem está dizendo são os dados oficiais mais recentes do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE).
Segundo esse levantamento, os R$ 400 do Auxílio Brasil não seriam suficientes para comprar uma cesta básica em nenhuma das capitais brasileiras que divulgam os seus números. Ainda de acordo com o DIEESE, 11 das maiores cidades do país registraram aumento nesses valores em setembro e não há previsão de queda imediata.
Pela pesquisa do DIEESE, é possível ver que a cidade de Aracaju, em Sergipe, é a capital com o menor patamar de cesta básica do país neste momento. Por lá, o valor médio está na casa dos R$ 454. Como dito, o nível do Auxílio Brasil vai ser de R$ 400, ou seja, pelo menos o benefício bruto não vai ser suficiente para fazer esse pagamento.
O DIEESE mostra que a situação piora nas capitais do Sul e do Sudeste. São Paulo, por exemplo, tem a cesta mais cara do Brasil. Por lá, o valor médio atual é de R$ 673,45. A capital paulista é seguida por Porto Alegre (R$ 672,39), Florianópolis (R$ 662,85) e Rio de Janeiro (R$ 643,06). Todas muito acima do patamar do Auxílio Brasil.
Vale lembrar que quando falamos que o novo Bolsa Família vai pagar R$ 400, nós estamos frisando que é um valor mínimo. Isso quer dizer, portanto que esse patamar é apenas uma base e que as pessoas poderão ganhar mais do que isso.
Em entrevista nesta semana, o próprio Ministro da Cidadania, João Roma, admitiu que algumas pessoas podem chegar a ganhar até R$ 500. Isso vai acontecer porque o plano do Governo é justamente pagar alguns bônus para essas famílias.
A questão é que mesmo em um cenário de R$ 500 por mês, esse valor ainda vai ser insuficiente para comprar uma cesta básica na grande maioria das capitais do país. Basta olhar os números do DIEESE para comprovar isso.
É importante frisar aqui que nós estamos falando da dificuldade que as pessoas que irão receber o Auxílio Brasil terão. Mas há uma massa da população que vai ficar em situação bem pior a partir do próximo mês.
Acontece que o Governo Federal confirmou na última semana que o Auxílio Emergencial não vai ser prorrogado. Hoje, de acordo com o Ministério da Cidadania, esse programa atende cerca de 35 milhões de pessoas.
O próprio Ministério admite também que deste grupo, algo em torno de 25 milhões ficarão sem nada já a partir do próximo mês. Essa é uma situação difícil para esses brasileiros em um cenário de aumento de valores não apenas da cesta básica, como também da gasolina, do botijão de gás e da conta de luz.