O Boletim Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira trouxe novas estimativas para a economia brasileira, destacando a revisão para baixo da previsão de inflação em 2023 e a projeção de crescimento econômico modesto para este ano. Além disso, os analistas também comentaram sobre a taxa básica de juros (Selic) e o cenário para o câmbio nos próximos anos.
A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é a inflação oficial do país, teve uma revisão para baixo para o ano de 2023. Assim, a estimativa que antes era de 4,9%, agora foi reduzida para 4,84%.
Contudo, apesar dessa queda, a projeção ainda está acima do teto da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3,25%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. Em resumo, o limite superior da meta é de 4,75%.
O Relatório de Inflação divulgado pelo Banco Central aponta que há uma probabilidade de 61% de a inflação oficial em 2023 ultrapassar o teto da meta. No entanto, o mercado mantém expectativas mais otimistas para os anos seguintes, com projeções de 3,89% para 2024 e 3,5% para os anos de 2025 e 2026.
Para combater a inflação e alcançar a meta estabelecida, o Banco Central utiliza como principal instrumento a taxa básica de juros, conhecida como Selic. Atualmente fixada em 13,75% ao ano, a taxa representa a maior desde janeiro de 2017.
No entanto, devido à queda na inflação, os analistas esperam que o Comitê de Política Monetária (Copom) reduza a Selic para 13,5% ao ano em sua próxima reunião, que ocorrerá nos dias.
Em suma, os especialistas consultados na pesquisa Focus acreditam que a taxa básica de juros terminará o ano de 2023 em 12%. Já para os anos seguintes, as projeções são de uma trajetória descendente: 9,25% ao ano em 2024, 8,75% ao ano em 2025 e 8,5% ao ano em 2026.
De modo geral, quando o Copom aumenta a taxa Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, tornando o crédito mais caro e incentivando a poupança. Em suma, essa ação ajuda a controlar a inflação, mas também pode limitar a expansão da economia, já que juros mais altos encarecem o crédito para empresas e consumidores.
Por outro lado, quando o Copom decide diminuir a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, estimulando o consumo e a produção. Assim, esse estímulo pode favorecer a atividade econômica, porém, se não acompanhado por medidas adequadas, pode gerar pressões inflacionárias.
O Boletim Focus manteve a projeção de crescimento da economia brasileira em 2,24% para o ano de 2023. Embora seja um número positivo, é considerado modesto e revela a cautela dos analistas em relação à recuperação da economia após um período de turbulência.
No entanto, para os anos seguintes, as expectativas são de crescimento gradual: 1,3% para 2024, 1,9% para 2025 e 1,97% para 2026. Essas projeções refletem a necessidade de avanços estruturais e reformas para impulsionar o crescimento de forma mais robusta.
A cotação do dólar é sempre um fator de atenção para a economia brasileira, principalmente por sua influência sobre as importações e exportações. Desse modo, para o fim de 2023, a previsão do mercado é de que a moeda americana se mantenha em torno de R$ 4,91. Já para o fim de 2024, estima-se que o dólar alcance o valor de R$ 5,00.
Essas projeções estão sujeitas a diversos fatores, como o desempenho da economia global, a política monetária internacional e a situação das contas públicas no Brasil. Portanto, o Boletim Focus apresenta uma revisão otimista para a inflação em 2023, com projeções em queda para os anos seguintes.