Economia

Mercado diminui projeção de crescimento do PIB e vê inflação mais alta

O novo relatório Focus, divulgado pelo Banco Central do Brasil nesta última segunda-feira (29). O mercado financeiro reduziu novamente sua estimativa de crescimento do PIB para o ano de 2021, enquanto a inflação, medida pelo IPCA, teve sua estimativa elevada para o mesmo período.

Na perspectiva do mercado financeiro, o PIB deve ter um crescimento de 3,18% em 2021. Apesar da estimativa de alta, a projeção ficou menor do que a divulgada na segunda-feira passada (22), quando esse número estava em 3,22%.

Além disso, a estimativa se reduziu quanto ao número estimado há 4 semanas, quando estava em 3,29% de crescimento do PIB em 2021. Para o ano de 2022, a projeção também diminuiu, chegando em 2,34%, abaixo do que se esperava há 1 semana, de 2,39%. 

Vale salientar que as estimativas para 2023 e 2024 se mantiveram iguais aos da semana passada e também ao valor de 4 semanas atrás, em um crescimento do PIB em 2,50% para ambos os anos.

Quanto mais longe está o período de projeção realizado da data atual, mais difícil é de fato se fazer essas estimativas, ainda mais em um cenário de tantas incertezas do mercado em relação à pandemia e fatores políticos, que apresentam constantes mudanças.

No ano de 2020, o PIB brasileiro obteve uma queda de 4,1%, sendo assim, a concretização da expectativa de crescimento para o ano de 2021 da economia brasileira poderia reduzir os impactos dessa recessão vivida no ano passado.

O aumento da inflação em 2021

As projeções do mercado financeiro para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) se elevaram mais uma vez para o ano de 2021. Desta vez, a expectativa é que o indicador de inflação oficial do Brasil termine o ano em 4,81%.

Há 1 semana a estimativa estava no valor de 4,71%, enquanto há 4 semanas estava em 3,87%. Desse modo, é a décima segunda semana seguida que o mercado financeiro eleva sua projeção para o IPCA

O número atual encontra-se acima do centro da meta do Conselho Monetário Nacional (CMN) do Banco Central, de 3,75%, sendo estipulado no início de 2021.

Todavia, esse número possui uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, caracterizando o teto e o piso da meta para 2021.

Além disso, na última quinta-feira (25), o Banco Central divulgou um cálculo de que há 41% de chances da inflação furar o teto da meta de inflação até o final deste ano, com valor estipulado de 5,25%.

O aumento das estimativas de inflação para o ano são fatores que influenciam na tomada de decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa básica de juros no Brasil.

Na última reunião do Copom, a taxa Selic aumentou 0,75 ponto porcentual, chegando a 2,75%. A primeira vez em 6 anos que a taxa básica de juros brasileira subiu. Até então, via-se quedas contínuas que fizeram a Selic atingir os 2% ao ano, o menor patamar da história da economia brasileira, na data de agosto de 2020.

Saiba mais sobre o relatório Focus

O documento Boletim Focus, como também é conhecido, resume as estatísticas calculadas em relação às expectativas do mercado financeiro, coletadas até a sexta-feira imediatamente anterior à sua divulgação, nesse caso até o dia 26 de março de 2021.

O relatório Focus, divulgado toda segunda-feira, proporciona informações a respeito da evolução gráfica e do comportamento semanal das projeções para índices inflacionários, estimativa do PIB, taxa Selic, câmbio, além de outros indicadores importantes para a economia brasileira.

Em suma, o boletim Focus conta com as estimativas de mais de 100 instituições vinculadas ao mercado financeiro para esses indicadores. Com isso, se tem uma ideia melhor de como está a situação econômica atual do Brasil e a expectativa do mercado para o futuro frente a esse panorama de hoje.