O mercado de plataforma de streaming de filmes e séries vai atingir o valor de US$ 1 trilhão até 2027, segundo estudo da Allied Market Research. O crescimento anual do setor será de 29,4% no decorrer dos próximos seis anos. A expectativa é que mais serviços surjam para aumentar a concorrência neste mercado, como o HBO Max, a plataforma grande mais recente a chegar no Brasil.
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A força do mercado de over the top (OTT), que são serviços de mídia que fazem distribuição de conteúdos pela internet, já se mostrou capaz de mudar o mercado de telecomunicações. O WhatsApp, por exemplo, é chamado pelas operadoras de OTT e acabou sepultando o serviço de SMS e já começa a fazer o mesmo com as chamadas de voz e vídeo. Na música, as plataformas de streaming como Spotify já são muito mais relevantes que o mercado de CD’s há um bom tempo.
De acordo com pesquisas da consultoria Ampere Analytics, só a Netflix conta com 200 milhões de assinantes, 37 milhões conquistados só em 2020. A Amazon Prime é a segunda maior plataforma, com 147 milhões. E, em cerca de dois anos de operação, a Disney+ chegou a 100 milhões de usuários. Somando a HBO Max com o serviço de TV paga HBO, a empresa tem 41 milhões de usuários, de acordo com números de 2020.
Mercado de streaming é influenciado por sucessos
Na última semana, uma nova série da Netflix bombou nas redes sociais. A produção sul-coreana Round 6, que estreou em 17 de setembro, gerou diversos memes devido ao seu enredo sangrento e sarcástico. Na série, pessoas endividadas precisam passar por brincadeiras de criança onde o grande vencedor leva 45,6 bilhões de wones (cerca de R$ 208 milhões de reais, na conversão atual). Os perdedores, no entanto, morrem.
Ainda não foram divulgados o número de visualizações do programa, mas a expectativa é que ele seja o novo sucesso da Netflix, ultrapassando a série de romance Bridgerton, que estreou no começo deste ano e teve 82 milhões de acessos em menos de um mês. A seu favor, Round 6 tem a presença no top 10 de diversos países onde a plataforma atua, inclusive no Brasil.
O sucesso das plataformas de streaming está justamente na capacidade de gerar séries que atraiam a atenção massiva das redes sociais. O que acontece com Round 6 aconteceu também com a mais recente temporada de La Casa de Papel no mês passado. As plataformas de streaming buscam lançar conteúdos exclusivos que façam com que o cliente queira não só assinar seu serviço, mas manter a assinatura.
Na Disney+, por exemplo, boa parte do marketing está voltado para duas grandes marcas que a empresa detém: Marvel e Star Wars. Com as séries baseadas nas franquias dos filmes, a companhia conquistou diversos clientes e conseguiu se manter relevante na Internet. O mesmo faz a Amazon Prime, que conseguiu atrair atenção de clientes com os filmes baseados no crime de Suzane von Richthofen – O Menino que Matou Meus Pais e A Menina que Matou os Pais.
Empresas investem no próprio streaming
Diferentemente do que alguns acreditam, esta tendência não é algo acessível somente para as gigantes do entretenimento. Cada vez mais empreendedores digitais e empresas estão aderindo a esse modelo de negócio, usando sua própria plataforma de streaming para distribuir e monetizar conteúdos digitais com mais liberdade.
“Com a maior facilidade no acesso à tecnologia, houve uma redução nos custos para se ter uma plataforma adaptada à própria identidade visual. Isso abriu portas para muitos empreendedores digitais e empresas”, explica Daniel Arcoverde, Cofundador da Netshow.me, referência do mercado brasileiro de OTTs.
Entretanto, o formato dos conteúdos distribuídos em uma OTT pode ir além dos vídeos gravados. É possível contemplar transmissões ao vivo e podcasts, por exemplo. Além disso, ter a própria plataforma de streaming permite ao produtor de conteúdo maiores possibilidades de monetização do que plataformas sociais, como o YouTube, por exemplo. Essa autonomia é possível pelo fato da plataforma não depender de algoritmos e regras estabelecidos por terceiros, tornando o negócio mais rentável.
Justamente por essas vantagens, este modelo se torna cada vez mais utilizado por empresas e produtores de conteúdo que buscam vender cursos e criar uma esteira de produtos digitais para ganhar dinheiro online. “Como a plataforma é adaptada à identidade visual da marca, isso fortalece a autoridade do empreendedor digital e facilita a construção de um negócio escalável e rentável”, diz Arcoverde. A democratização dessa ferramenta para empresas e produtores de conteúdo também fez com que muitas organizações buscassem replicar o formato para a comunicação corporativa.