Apesar das medidas de restrição impactarem a economia global, alguns mercados conseguiram se beneficiar do tempo a mais que as pessoas passaram em casa. Um dos exemplos é o setor de jogos eletrônicos, que teve um crescimento de 12% de faturamento em relação ao ano passado. Isso representa uma receita de US$ 126,6 bilhões, de acordo com uma pesquisa da SuperData, departamento de análise e pesquisa da Nielsen Games.
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Ainda de acordo com o levantamento, o aumento de consumo de games gerou um crescimento de 14% a partir de março de 2021. Levando em conta outro estudo, a Pesquisa Games Brasil (PGB) de 2021, os jogos estão tendo uma importância maior por causa da quarentena. Os próprios jogadores têm investido mais dinheiro com os games, segundo 42,2% dos respondentes da pesquisa, que entrevistou cerca de 12,5 mil pessoas.
Para Paulo Rizzo Jr., diretor de operações da Prota Games, produtora de conteúdo sobre o setor, o resultado é bastante impactado pela pandemia. Dados de uma pesquisa da empresa apontam que mais da metade (51%) dos gamers brasileiros passam acima de 20 horas semanais à frente dos jogos eletrônicos, seja no computador ou nos consoles. A pesquisa ouviu 4,1 mil pessoas durante o mês de outubro.
Como as pessoas passaram mais tempo em casa, acabaram dedicando seu tempo aos videogames. A pesquisa da Prota ainda mostra que 20% afirmam jogar de 5 a 10 horas por semana, enquanto 10% responderam que destinam de 10 a 15 horas semanais aos jogos. Apenas 9% disseram jogar até 2 horas por semana e 8% ficam entre 10 e 15 horas.
O hobby, porém, pode se tornar um emprego. Segundo Rizzo Jr., muitos buscam um futuro profissional dentro do mercado de games. “Somente em nossos canais do YouTube, onde ensinamos técnicas profissionais e dicas sobre os jogos, passamos a registrar um crescimento médio de 110% de audiência ao mês, desde o início da pandemia”, diz.
De acordo com o levantamento, ao serem perguntados sobre suas ocupações, 41% disseram que estudam no momento. Já outros 25% afirmaram que estão em busca de se tornar um gamer profissional. Apenas 3% estão trabalhando, enquanto outros 2% alegam que trabalham e estudam. Menos de um terço (29%) não especificaram, mas responderam que não se encontram em nenhuma dessas situações.
Para o executivo, quem gosta de games, passou a gostar mais, pois o tempo para se dedicar ficou maior. “E a própria pesquisa mostra que não é só pelo passatempo, já que uma parcela considerável afirmou que deseja seguir carreira profissional, seja como jogador, desenvolvedor, entre outros postos”, afirma.
Mas Rizzo destaca que, nos últimos anos, o mercado de games abriu um leque de oportunidades de emprego que vai além dos jogadores profissionais. Ele lembra que é possível trabalhar dentro de empresas que produzem os jogos, seja como desenvolvedor de games, designer gráfico ou outras tantas funções que fazem parte desse processo. “Uma empresa desenvolvedora, inclusive, sempre irá demandar serviços relacionados à comunicação, como social media e marketing. Há espaço para todo mundo e esse mercado costuma dar bons retornos”, garante o diretor da Prota.
Dentro dessa possibilidade, Rogério Silva, CEO do CEBRAC, escola de cursos profissionalizantes, destaca a importância de realizar um curso voltado à especialização de games. Ele lembra que competências ligadas ao mundo dos jogos são essenciais para estimular ainda mais a imaginação, a criatividade e a empatia, que são fundamentais para um profissional da era digital.
“Além disso, ao estudar sobre Criação de Games o aluno possui grandes chances de se inserir no mercado com base na área de jogos, o que ajuda a desenvolver não somente as habilidades técnicas de criação e produção, como também as habilidades pessoais”, afirma Rogério Silva.
Investir nesse ramo de games é uma oportunidade para quem pretende empreender ainda em 2021. O mercado de games é considerado um dos maiores do mundo, e de acordo com dados da Newzoo, existem 2,4 bilhões de jogadores globais. Além de ser considerado uma atividade de entretenimento, pode se tornar uma carreira promissora.