As exportações de jogos eletrônicos desenvolvidos no Brasil cresceram 600% no ano passado. No total, a receita do mercado brasileiro de games ultrapassou os R$ 10 bilhões (US$ 2 bilhões) em 2021, segundo dados da Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos (Abragames) revelados pela Revista Forbes. Dentro dessa conta, além dos games de entretenimento, também estão jogos educativos e de treinamentos.
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O número foi alcançado depois do projeto Brazil Games, iniciativa da Abragames com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), que já acontece há dez anos. Cerca de 140 empresas foram capacitadas para exportar seus games de forma segura, inserindo o Brasil no mercado exterior de jogos eletrônicos.
À Forbes, Rodrigo Terra, presidente da Abragames, afirmou que o mercado de games tem natureza 100% exportadora e que pode ser facilmente distribuído devido ao seu formato digital. Atualmente, plataformas como a Steam e a Epic Games fazem sucesso permitindo que usuários baixem jogos de computador de uma ampla gama de desenvolvedores de todo o mundo.
Ainda segundo Terra, o Brasil é ocupa a décima terceira posição entre os países que mais produzem jogos eletrônicos, sendo o maior da América Latina. Ele destaca que isso coloca o País em uma trilha de inovação, visto que é um mercado de alta tecnologia. O Brasil, inclusive, é o único país da região que conta com uma empresa de games considerada unicórnio (com mais de US$ 1 bilhão de valor), a Wildlife, conforme lembra a matéria.
De olho no potencial do mercado brasileiro de games, a universidade norte-americana Full Sail University promoveu este mês o International Roadshow em quatro capitais brasileiras. A iniciativa foi uma série de eventos presenciais em que a universidade trouxe um graduado para compartilhar sobre sua experiência na indústria em que está inserido. Porto Alegre (RS), Brasília (DF), São Paulo (SP) e Curitiba (PR) foram as cidades que participaram do evento neste ano.
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O Roadshow 2022 impactou mais de 500 pessoas. A maioria era de alunos do Ensino Médio, que ainda não tinham consciência de que poderiam trabalhar na indústria de jogos. Segundo a Full Sail University, os eventos ajudaram os jovens a entender a quantidade de oportunidades que o mercado de games – que parte deles já conhecem tão bem – apresenta.
O convidado, dessa edição, foi o Tamir Nadav que é Graduado em Game Design and Development pela Full Sail University, gerente de operações internacionais, com uma carreira de 17 anos que abrange produção, gerenciamento de projetos, design de jogos e programação. Ele, que é norte-americano, diz ter adotado o Brasil para morar.
Nadav pegou para si a missão de que o Brasil tem potencial para alçar melhores posições no mercado de games. Para ele, o País tem capacidade de se tornar um grande produtor de jogos, principalmente porque seu mercado consumidor é enorme.
“Falei sobre minhas próprias experiências na indústria de jogos, mas principalmente sobre por que é tão importante que novas pessoas venham trabalhar em jogos, de todas as disciplinas, especialmente mulheres e pessoas de outras raças. Minha expectativa é principalmente ajudar o futuro da comunidade brasileira de desenvolvimento de jogos a crescer”, comenta.
O especialista passou a maior parte de sua carreira trabalhando com games, cobrindo todas as plataformas e consoles modernos, e se especializou em Data-driven Design e desenvolvimento de modelos. Atualmente, ele trabalha na Super Evil Megacorp, no Brasil.
Segundo Nadav, os estudos foram imprescindíveis para o começo de sua carreira. Ele, que estudou na Full Sail University, diz que não teria tido a chance de entrar na indústria sem ela. “Com uma metodologia de ensino excelente, todos os dias eu estava aprendendo algo novo e colocando em prática. Muitos professores conheciam pessoas que estavam contratando, ou eram capazes de me conectar com outros”, conta.