Quem está planejando comprar uma geladeira mais barata no mercado nos próximos dias, precisa começar a se apressar. Isso porque existe uma tendência de mudança no mercado deste eletrodoméstico no próximo ano. Ao menos é o que dizem membros da indústria.
Recentemente, o governo federal lançou uma portaria com novas regras de índices mínimos de eficiência energética para geladeiras. Ao menos segundo os representantes do varejo, esta medida deverá retirar de circulação os eletrodomésticos que custam menos do que R$ 5 mil.
“Aumento abrupto”
Para a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletrodomésticos (Eletros) a medida tem potencial de causar um aumento abrupto nos preços das geladeiras no Brasil em 2024.
Para a Eletros, a medida anunciada pelo governo vai fazer com que a comercialização de geladeiras passa a ser predominantemente de produtos de alto padrão, que custam em média de 4 a 6 vezes o valor de um salário mínimo, que hoje é de R$ 1.320.
A expectativa da Eletros é que os preços médios de uma geladeira passem a variar de algo entre R$ 5,2 mil e R$ 7,9 mil. Hoje, considerando as regras atuais, é possível encontrar geladeiras frost-free básicas na faixa de R$ 1,8 mil em lojas de varejo na internet.
“Com essa determinação do Ministério de Minas e Energia, é previsto um possível aumento abrupto nos preços dos refrigeradores, especialmente os considerados de entrada, adquiridos principalmente pela população de renda mais baixa”, diz a associação, em balanço divulgado neste final de ano.
“Quando há uma mudança nas regras impondo prazos curtos para atingir metas excessivamente rigorosas, isso resulta em aumento nos custos de produção com ajustes nos projetos dos produtos e aquisição de insumos mais sofisticados, tornando a geladeira mais cara e impactando imediatamente o bolso do consumidor. A retração no consumo e na economia do setor será notável com essa medida do Ministério de Minas e Energia”.
O que diz o governo
O Ministério de Minas e Energia (MME) argumenta que a resolução publicada tem o objetivo de fazer com que as contas de energia sejam menos impactadas. Em regra geral, o cidadão vai passar a ser obrigado a comprar uma geladeira que consome menos energia, porque é mais eficiente.
As geladeiras mais eficientes são naturalmente mais caras. Assim, o consumidor vai ter que pagar um valor mais caro na hora da compra, mas em compensação vai gastar menos com a conta de luz, já que o aparelho é mais eficiente.
Para além disso, o governo federal também argumenta que a medida tem potencial de atrair investimentos para o setor industrial do Brasil. Isso ocorreria porque o setor passaria a produzir no país equipamentos que as empresas já produzem em outros países.
“Esta resolução traz um grande avanço nos esforços do país para a transição energética. Estamos nos alinhando às melhores práticas internacionais em termos de eficiência energética”, destacou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Como vai funcionar o programa das geladeiras
- Etapa 1
A primeira etapa do programa começa no próximo dia 31 de dezembro. A partir deste momento, só poderão ser fabricados os equipamentos que tenham teto de 85,5% do consumo padrão. Mas as empresas poderão seguir comercializando depois desta data os produtos que foram produzidos antes do prazo limite de 31 de dezembro.
A venda destes produtos com as regras antigas só poderão se permitida até o final do ano de 2024.
- Etapa 2
A segunda etapa se inicia no dia 31 de dezembro de 2025. A partir deste marco, só poderão ser fabricados os equipamentos que tenham um índice máximo de 90% do consumo padrão. Produtos fabricados antes da data limite poderão ser comercializados até o final de 2026.
O cidadão não precisa comprar uma nova geladeira. As regras acima se encaixam apenas nas regras de venda. Se você já tem um produto comprado com as normas antigas, poderá seguir usando normalmente.