O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicou nesta segunda-feira (16) que deverá aumentar a oferta de crédito consignado durante seu mandato. Em discurso na posse da nova presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, o presidente disse que deseja que o BB seja a instituição “campeã dos consignados”.
“Quero que a gente seja campeão de crédito consignado. Quero mostrar para vocês uma coisa que eu dizia em 2003 e vou dizer agora: o pobre nesse país não é o problema, é a solução, na medida em que é incluído na economia”, disse Lula, sem citar a questão do consignado do Auxílio Brasil.
“Vamos, outra vez, incluir povo pobre na economia e queremos que o Banco do Brasil cumpra sua parte”, disse o presidente. O evento aconteceu no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília. Trata-se do mesmo prédio que recebeu a equipe de transição do governo Lula no final do ano passado.
O presidente também frisou o fato de que Medeiros é a primeira mulher a presidir o Banco do Brasil. “Será que foram as mulheres que não fizeram por merecer, ou será que os homens que não quiseram compreender que as mulheres tinham tanto direito quanto eles?”, questionou o chefe de estado.
“Eu pensei que tinha machismo no Brasil, mas no BB quem escolhe a direção efetivamente é mais do que machista. Alguns que escolhem a direção devem ser preconceituosos com a mulher”, disse ele dizendo que o Banco do Brasil tinha 108 anos, mas na verdade a instituição tem 114 anos.
Em seu discurso, Lula disse ainda que pretende fazer com que o Banco do Brasil invista mais no financiamento para os mais pobres. Contudo, ele não explicou exatamente se vai existir algum novo projeto neste sentido.
“Sei que o Banco do Brasil é grande financiador do agronegócio, financia bilhões, bilhões e bilhões, mas, no meu tempo, também financiava com muito orgulho pequenos e médios proprietários através do Pronaf”, disse ele.
Lula disse ainda, em tom de brincadeira, que é preciso dar um “pouquinho de aumento” para os funcionários do Banco do Brasil “de vez em quando” para que eles não façam greve nos próximos anos.
Em seu discurso de posse, Tarciana disse que o Banco do Brasil vai conseguir conciliar os seus interesses econômicos com a sua atuação pública.
“A missão que assumo, a partir de hoje, é extremamente relevante e desafiadora. A melhor forma de agradecer é assumir aqui o compromisso de continuar a entregar resultados sustentáveis para os nossos acionistas e ser relevante na vida das pessoas, em todos os momentos, contribuindo para o desenvolvimento do Brasil.”
“O BB continuará a ser um banco rentável e sólido, criando valor para a sociedade. Podemos, sim, conciliar nossa atuação comercial com uma atuação pública. Ajudaremos ainda mais os nossos clientes a se desenvolverem, criando relacionamentos de confiança e duradouros”, disse ela.