O presidente Lula e Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, realizaram uma reunião bilateral nesta quarta-feira (20/09). A princípio, eles assinaram um documento sobre a instituição de um pacto entre os dois países, com o objetivo de legitimar melhores condições de trabalho relativas à população das duas nações.
Todavia, durante a reunião entre Lula e Joe Biden, os presidentes do Brasil e dos Estados Unidos assinaram a “Coalização Global pelo Trabalho”. Este é um documento a favor dos sindicatos e da regulamentação dos serviços oferecidos pelos aplicativos. O texto é baseado nos princípios da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Analogamente, o documento assinado pelos presidentes deverá fortalecer o termo “trabalho decente”, e fomentar a proteção social dos trabalhadores dos dois países. Mesmo sendo necessário, especialistas dizem que as ações sobre as condições de trabalho, são mais importantes do que a assinatura do documento em si.
Essa reunião bilateral entre o presidente do Brasil e dos Estados Unidos se dá logo depois de os dois chefes de estado discordarem sobre a guerra da Ucrânia em seus discursos que abriram a Assembléia Geral da ONU. Ao que parece, nesse encontro, eles conversaram sobre um tema delicado, em defesa de um objetivo comum.
O objetivo em comum entre Lula e Biden se relaciona a procura por um maior diálogo entre os trabalhadores dos dois países e as companhias multinacionais. De fato, esse assunto é frequente nas agendas do Brasil e dos Estados Unidos. Aliás, Lula chegou aos EUA em um momento delicado, durante uma grande greve.
Uma grande parte dos metalúrgicos norte-americanos entrou em greve na última sexta-feira (15/09). Eles estão neste momento, pressionando três das maiores montadoras de veículos do mundo, em busca de melhores salários e condições de trabalho. Seu sindicato tem criticado bastante o presidente dos Estados Unidos.
Ademais, o sindicato dos metalúrgicos dos EUA afirma que Joe Biden busca uma política de transição energética em seu governo, baseada na utilização de carros elétricos, por exemplo. No entanto, o presidente americano, segundo a entidade, não considera o impacto de suas ações sobre os empregos do setor.
Já em relação ao Brasil, o governo de Lula, sindicatos e várias empresas de serviços de aplicativos estão atualmente em um impasse relacionado à regulamentação do setor. Desse modo, o presidente brasileiro citou o assunto em seu discurso de abertura da Assembléia da ONU, na última terça-feira (19/09).
O Ministério do Trabalho criou recentemente um grupo para analisar o assunto. Entretanto, eles consideram que um acordo entre os motoristas e entregadores de aplicativo, em busca de sua formalização, está longe de acontecer. A categoria também não tem conseguido resultados positivos sobre o pagamento de benefícios.
O governo de Lula espera que um Projeto de Lei possa incluir em seu texto, alguns pontos em consenso entre os trabalhadores e as empresas. A expectativa é a de que ele seja finalizado no mês de outubro. Dessa forma, estima-se que sejam incluídas um valor para a hora trabalhada de R$30 para motoristas e de R$17 para entregadores.
Alguns integrantes da comitiva brasileira em Nova York participaram da reunião entre Lula e Joe Biden nesta quarta-feira. Estavam presentes vários representantes de sindicatos do Brasil e dos Estados Unidos. O ministro do Trabalho Luiz Marinho (PT) também participou do encontro entre os chefes de estado.
Através do documento Coalizão global para o Trabalho, assinado por Lula e Biden, haverá um comprometimento dos dois presidentes relacionado ao combate à precarização do trabalho e dos sindicatos. Vale ressaltar que o assunto afeta milhões de trabalhadores em todo o mundo. A parceria busca enfrentar os desafios.
Neste sentido, espera-se que os Estados Unidos e Brasil realizem ações para a promoção de formas justas e dignas de trabalho. Em síntese, a coalização busca a garantia de salários melhores, segurança no emprego, proteção social e o respeito aos direitos trabalhistas. Os sindicatos são importantes para essa questão.
A parceria entre os dois países, de acordo com Lula pode chegar ao G20, cuja presidência atual é do Brasil. De acordo com o presidente, “É o renascer de um novo tempo na relação entre os EUA e o Brasil. Uma relação de iguais, soberana, de interesses comuns do povo trabalhador do seu país e do meu país”.
Em conclusão, depois da reunião com o presidente norte-americano Joe Biden, Lula deverá ter mais um encontro bilateral. Dessa vez será com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Os dois deverão discutir temas relacionados à guerra do país junto à Rússia. Ao que parece, esse assunto também é bastante complicado.