Na última semana, jornais de todo o país anunciaram que o governo federal estaria discutindo a criação de um novo projeto social. O Vale-carne poderia fazer pagamentos por meio de um cartão para que cada usuário do Bolsa Família tivesse direito a dois quilos de carne vermelha por mês.
Nesta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi perguntado sobre o assunto. Em entrevista a jornalistas do SBT, o petista surpreendeu ao dizer que não existe nada relacionado ao programa. Ele também frisou que acha que a ideia seria uma “bobagem”.
“Não existe essa bobagem. É uma bobagem muito grande, porque, veja, isso foi o seguinte: um cidadão entrou uma carta ao ministro, e esse ministro mandou a carta para Casa Civil e disse para a imprensa que iria estudar”, explicou Lula.
“Eu ri muito quando vi a notícia do vale carne, sinceramente. Eu não acreditei que pudesse ser verdade”, prosseguiu ele. Na mesma entrevista, Lula disse que o governo precisa trabalhar para reduzir o preço da carne vermelha para todos os cidadãos.
“Mas já abaixou, é importante lembrar. Não abaixou o tanto que a gente queria, mas já abaixou muito o preço da carne”, citou o presidente.
O que seria o Vale-carne
O que se sabe até aqui é que o voucher do Vale Carne seria de R$ 35. A avaliação geral é de que este montante seria suficiente para comprar dois quilos de carne bovina por mês. Este dinheiro não poderia ser usado para a compra de qualquer outro item.
Inicialmente, o projeto poderia atender apenas as pessoas que fazem parte do Cadúnico, o cadastro do governo federal que reúne os nomes das pessoas que estão em situação de vulnerabilidade social. Caso esta indicação se confirme, usuários do Bolsa Família poderiam ser contemplados.
Críticas de especialistas sobre o Vale Carne
Antes mesmo de Lula confirmar que o projeto não vai avançar, o texto já gerava algumas críticas de especialistas. O ex-presidente do IPEA, Marcelo Neri disse em entrevista que a medida visa ajudar os produtores de carne bovina, e não a população em geral.
“Se fosse um vale alimentação, a pessoa poderia selecionar entre vários alimentos. No caso desse vale picanha, você está limitando a escolha. Do ponto de vista dos consumidores, não faz muito sentido. Ele é bom para os produtores de carne, então a gente entende porque eles estão propondo”, disse Neri em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo.
“Mas, do ponto de vista dos consumidores e da gestão pública, não acho que faça muito sentido limitar a escolha. Não me parece que carne (vermelha) seja uma prioridade do ponto de vista da segurança alimentar. Carne de frango ou mesmo proteína de soja podem ser soluções mais custo-efetivas”, diz Neri.
Bolsa Família
Mesmo sem Vale Carne, o Bolsa Família já tem data para ser retomado. Neste mês de março, o Ministério do Desenvolvimento Social deverá retomar as liberações a partir do próximo dia 15. O usuário deve sempre se basear no final do seu Número de Identificação Social (NIS) para saber quando poderá receber o saldo. Veja no calendário abaixo:
- Usuários com NIS final 1: 15 de março;
- Usuários com NIS final 2: 18 de março;
- Usuários com NIS final 3: 19 de março;
- Usuários com NIS final 4: 20 de março;
- Usuários com NIS final 5: 21 de março;
- Usuários com NIS final 6: 22 de março;
- Usuários com NIS final 7: 25 de março;
- Usuários com NIS final 8: 26 de de março;
- Usuários com NIS final 9: 27 de de março;
- Usuários com NIS final 0: 28 de de março.
Ao todo, estima-se que pouco mais de 21 milhões de pessoas e todas as regiões do país estejam aptas ao recebimento do Bolsa Família (sem Vale-carne) neste mês de março.