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Livros infantojuvenis são grafitados em muros de Brasília

Com a ideia de popularizar e democratizar a leitura, o escritor e redator publicitário Hugo Barros lançou seu primeiro livro, “O menino invisível” em um muro de Brasília. Só depois que teve a sua publicação em papel.

Interessante, não? Página por página foi grafitada pela artista Camilla Santos, que atende pelo nome artístico Siren, contando a história de forma colorida e totalmente diferente da convencional.

A ação deu tão certo que se tornou um projeto encabeçado por Barros. O “Livro de Rua” nasceu para dar espaço a outros títulos infantojuvenis nas ruas brasilienses.

“Não é apenas um livro grafitado na rua, são também os assuntos encontrados nela. Faz mais sentido quando você imprime na rua porque ela pode dar mais força para as histórias, como a adoção de animais ou bullying, por exemplo”, conta o autor.

Projeto deve ganhar forma após pandemia

Apesar de já ter sido criado e teorizado, o projeto “Livro de Rua” deve ter início definitivamente na prática somente após a pandemia da Covid-19.

Segundo Hugo Barros, a espera se justifica pela necessidade de distanciamento social. “Não faria sentido nesse momento estimular a aglomeração de pessoas”, explica.

Mesmo sem data para lançamento, Barros conta que já há três novos livros para serem grafitados em diversos muros da cidade.

As histórias contadas a céu aberto foram a forma que o escritor encontrou de driblar todos os ‘nãos’ que recebeu de editoras e publicadoras. Ele tentou por várias vezes publicar seus títulos, mas não obteve sucesso até então.

Foi aí que pensou em pintar seu livro, ‘Menino invisível’, com a ajuda da ilustradora Siren. E conquistar a notoriedade que buscava. Segundo Hugo, não estava em seus planos investir em e-books ou sistemas de auto publicação de editoras, em alta no momento. Então resolveu apostar na modalidade ‘ao ar livre’ mesmo.

Livro no muro foi regularizado

Hugo Barros inscreveu o livro grafitado no muro na Agência Brasileira do ISBN, órgão que disponibiliza a sequência numérica para cada livro publicado. É como se fosse o código de barras de uma obra. Porém, recebeu a seguinte mensagem como resposta: “O ISBN é atribuído somente para livros.”

Mas após uma segunda análise, o autor conseguiu a regularização e a possibilidade de publicar o seu livro formalmente. “O projeto traz não só a democratização da leitura, mas também o tema da invisibilidade, do enxergar o que está ao redor. Tocou lá no fundo da alma”, descreve Aline Monteiro, responsável pelo marketing de conteúdo da editora Peirópolis.