O termo “literatura africana” é usado para denominar a produção literária realizada em países do continente africano.
A literatura africana é abordada com frequência por questões de português e de literatura nas principais provas do país, como os vestibulares e o ENEM, Exame Nacional do Ensino Médio.
Dessa forma, para que você consiga se preparar da melhor forma possível, o artigo de hoje trouxe um resumo completo sobre a literatura africana. Confira!
A literatura africana é muito ampla e diversa, uma vez que abrange diversos tipos de expressões artísticas. Dessa maneira, o termo é usado para refletir as experiências e perspectivas do continente africano.
Devido à multiplicidade de produções e características da literatura africana, alguns estudiosos preferem usar o termo “literaturas africanas”.
A colonização dos países africanos impactou de forma decisiva a produção literária realizada no continente. Dessa maneira, a literatura africana é dividida em três períodos diferentes para melhor compreensão de suas características:
Ao contrário do que muitos estudantes pensam, o continente africano já criava produções literárias de diversos tipos muito antes da chegada dos europeus no local.
No período pré-colonial, as tradições orais e a literatura em línguas locais desempenharam um papel fundamental na transmissão de conhecimentos, valores e histórias ancestrais dentro das comunidades africanas.
Com a chegada dos colonizadores europeus, a literatura africana foi influenciada por formas de escrita e narrativas ocidentais, mas também resistiu e criou novas narrativas com base na reafirmação de seus valores tradicionais.
No período pós-independência, com o fim do colonialismo no continente, a literatura africana assume o papel de expressão de resistência e identidade nacional.
Nesse período, a literatura africana passa a funcionar como uma ferramenta de resistência contra a opressão colonial e também para reafirmar a identidade africana e abordar questões sociais e políticas contemporâneas.
Apesar de ser muito diversa, a literatura africana possui algumas características principais. Vamos conhecer algumas delas a seguir.
Oralidade
A oralidade é um aspecto importante de toda a literatura africana, mas possuía ainda mais relevância no período pré-colonial.
A tradição oral é uma característica fundamental da literatura africana, transmitindo histórias, mitos, lendas e conhecimentos através da fala.
É importante notar que, mesmo na contemporaneidade, muitos escritores africanos incorporaram elementos da oralidade em seus textos literários.
Identidade cultural
A literatura africana também aborda as diversas identidades culturais do continente em seus textos. Os autores destacam a importância da herança, tradições e costumes africanos.
Temas sociais e questões raciais
A literatura africana passou a abordar, principalmente no período pós-independência, temas sociais e raciais, como colonialismo, pós-colonialismo, diáspora africana e desigualdade.
Uso de idiomas nativos
Os escritores da literatura africana usam uma variedade de idiomas e dialetos para representar a grande diversidade linguística e cultural do continente.
É importante notar que existe um segmento da literatura africana marcado pelas produções em língua portuguesa. A primeira obra desse grupo é “Espontaneidades da minha alma”, de 1849.
Os autores africanos de expressão lusófona são os mais abordados pelas provas brasileiras, como o ENEM e os vestibulares. Conheça alguns dos principais a seguir:
Mia Couto
Mia Couto é um autor moçambicano abordado com frequência pelas questões de literatura de provas brasileiras. Dentre as suas obras principais, podemos citar:
Pepetela
O autor Pepetela é angolano. Sua principal obra é “Mayombe” (1980), romance em que Pepetela retrata a Guerra de Independência de Angola, explorando os eventos enfrentados pelos soldados do MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola).
Paulina Chiziane
Assim como Mia Couto, Paulina Chiziane também é uma autora de Moçambique. A sua principal obra é “Niketche: Uma História de Poligamia”, publicada no ano de 2001.
Neste romance, a autora aborda o funcionamento complexo das relações conjugais poligâmicas em Moçambique, discutindo questões de identidade, poder e liberdade feminina.
A obra “Niketche: Uma História de Poligamia” faz parte da lista de leituras obrigatórias do Vestibular Unicamp 2024.