O Banco Central apurou a elevação dos juros do cartão de crédito e cheque especial no mês de agosto, atingindo 29,9%, que é o maior patamar desde maio do ano passado. Os juros do cartão de crédito rotativo subiram 4,6 pontos percentuais em comparação com o mês de julho.
Em agosto se chegou a 336,1% no acumulado do ano, além do cheque especial que também subiu na mesma base de comparação, ainda que em menor ritmo, de 0,9 pontos percentuais, alcançando 124,9% ao ano. Os dados foram confirmados pelo Banco Central na última segunda-feira (27).
No comparativo com o mês passado, a alta da taxa média de juros que foi paga pelos brasileiros foi de 3,3 pontos percentuais. A aceleração dos juros acontece em um momento onde a inadimplência dos consumidores apresenta uma estabilidade, se fixando na casa dos 3%.
Um dos motivos do encarecimento do crédito se deve ao aperto monetário realizado pelo Banco Central, que está tentando de todas as formas conter a inflação, até o momento sem vitória.
Após um início de ano onde a Selic esteve cotada em 2%, um recorde na história do plano real, o Banco Central já elevou em 4,25 pontos percentuais a taxa básica que agora está fixada em 6,25 pontos ao ano, com o último ajuste na reunião da semana passada.
De acordo com o BC, o spread bancário no segmento de recursos livres permanece em 21,7 pontos porcentuais, que é o mesmo patamar que foi registrado em julho. O estoque total de crédito subiu 1,5% em agosto em relação ao mês anterior, com um total de R$ 4,335 trilhões.
No apanhado geral de janeiro até agosto, a expansão do estoque de crédito no país passou de 7,8% para 15,9%. O saldo geral de financiamentos corresponde a 52,3% do PIB do Brasil.
O Governo Federal pretende colocar em prática o programa Auxílio Brasil, sendo que para realizar os pagamentos e sem comprometer o teto de gastos, a única alternativa que o Ministério da Economia viu como viável foi aumentar em alguma frente a arrecadação. O IOF, que é um imposto sobre operações financeiras e compras no cartão de crédito, é o escolhido.
Mesmo em um ano onde o Brasil registrou um recorde na arrecadação, o Governo Federal entende que é necessário aumentar ainda mais as suas fontes. Se tudo der certo, o programa Auxílio Brasil irá custar R$ 1,62 bilhão somente neste ano, sem contar os valores que serão gastos para os pagamentos em 2022.
Além do aumento do IOF para os juros do cartão de crédito, o Governo pretende aprovar a tributação de lucros para dividendos, que até o momento são isentos e que irão cobrir os custos da Reforma Tributária para o IR.