Os protestos em Manaus continuam. Na noite desta terça-feira, 11, um grupo de jovens levou às ruas faixas e cruzes, simbolizando a revolta pela volta às aulas presenciais em plena pandemia de coronavírus.
As escolas públicas da capital amazonense reabriram as portas para os alunos nesta segunda, dia 10. As instituições receberam cerca de 110 mil crianças e adolescentes.
Esse é o terceiro manifesto computado desde ontem. Na manhã da segunda-feira professores fixaram cruzes nas ruas pelo mesmo motivo. Estão contrários ao retorno das aulas presenciais.
Já na manhã desta terça-feira, estudantes se manifestaram em frente à sede do Governo do Amazonas, em Manaus. Todos ocorreram de forma pacífica.
O ato desta noite foi organizado pela União Estadual dos Estudantes e pela União da Juventude Socialista e se iniciou por volta de 18h. De acordo com o grupo, além de criticar a reabertura das escolas, a passeata é para marcar a reivindicação da suspensão da alta na mensalidade das universidades particulares e de mais investimentos na Educação.
“A gente veio denunciar o retorno presencial. Batemos a marca dos 100 mil mortes no Brasil e os indicadores do Amazonas mostram que a gente ainda está em sinal de alerta sobre a Covid. Houve a redução, mas não o suficiente para a retomada”, contou o membro da União da Juventude Socialista (UJS), Brendo Cazuza.
Falta de apoio a alunos e educadores
As aulas foram retomadas, segundo o Estado após um levantamento do Governo do Amazonas que constatou uma redução no número de casos de Covid-19. Até o momento, mais de 107 mil casos já foram confirmados da doença no Amazonas, e mais de 3,3 mil pessoas morreram.
Para os órgãos estudantis, essas métricas não são baixas e revelam que a pandemia ainda oferece muitos riscos à população.
Segundo a vice-presidente regional da União Nacional dos Estudantes (UNE-AM), Rayane Garcia, é preciso que o governo adote medidas como investimento para acesso à internet em casa, para que os alunos possam estudar em casa.
“O governo vem atacando os estudantes. Nós viemos reivindicar a situação que o estado tem vivendo. Os estudantes e professores estão sendo exposto ao vírus, além de faltar apoio para que os estudantes tenham acesso à internet, para que cada estudante fique em casa, fazendo suas atividades de modo online”, disse.
Nessa segunda-feira, 10, uma professora da Escola de Tempo Integral Maria do Céu, na Zona Norte de Manaus, testou positivo para o novo coronavírus. Esse teste foi feito após ela dar aulas no primeiro dia de retorno. A Secretaria de Estado de Educação e Desporto (Seduc) informou que, nesta terça, 11, os estudantes e servidores da unidade foram liberados para nova desinfecção no local.