De acordo com o Banco Central do Brasil (BCB), a inflação ao consumidor, medida pelo IPCA, surpreendeu novamente para cima no trimestre encerrado em maio, situando-se 1,08 p.p. acima do cenário básico.
No caso da mediana das expectativas de analistas de mercado, a surpresa se mostrou ainda maior. A surpresa inflacionária no trimestre decorreu do comportamento dos preços livres, informa o Banco Central do Brasil (BCB).
A maior contribuição para a surpresa veio dos preços de alimentos, que tiveram alta expressiva no trimestre. Ainda que a surpresa no segmento tenha sido disseminada entre os componentes, merece menção especial a influência da alta no preço do leite.
Novamente a pressão sobre os preços de bens industriais se revelou mais persistente que o antecipado. De acordo com informações recentes do Banco Central do Brasil (BCB), neste segmento, as principais surpresas foram observadas em vestuário, higiene pessoal e etanol.
Conforme destaca o Banco Central do Brasil (BCB), apesar da elevada incerteza envolvida, a projeção já incorporava uma estimativa dos efeitos da redução das alíquotas de IPI anunciadas antes do RI anterior sobre a variação de preços dos bens industriais.
Todavia, é possível que o impacto dessa medida nos últimos três meses tenha sido limitado em decorrência da indefinição quanto à sua aplicação.
Também houve surpresa com a alta na inflação de serviços, principalmente no item passagem aérea e no componente subjacente. A elevada variação deste último pode estar relacionada tanto à inércia quanto à retomada robusta da demanda por serviços, destaca o Banco Central do Brasil (BCB).
A maior alta dos preços livres foi apenas parcialmente compensada pela menor alta dos preços administrados. Segundo informa o Banco Central do Brasil (BCB), os recuos do dólar e do preço do petróleo (até maio, em comparação ao considerado na projeção) contribuíram para menor pressão sobre preços de combustíveis e as tarifas de energia recuaram mais com a transição para a bandeira tarifária verde (enquanto a projeção considerou a vigência de bandeira amarela em maio).
A distribuição mensal das surpresas foi em parte condicionada pela maior velocidade no repasse da alta no preço dos combustíveis ocorrida em março e pela antecipação da transição de bandeira para meados de abril, frente à expectativa inicial de transição no início de maio, destaca o Banco Central do Brasil (BCB).