De antemão, nos últimos 50 dias, mais de 320 mil consultas de perícias médicas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foram oficialmente remarcadas. O motivo: a greve dos peritos médicos que durou quase dois meses. Entretanto, os servidores decidiram retornar as suas atividades e as consultas voltaram a acontecer exatamente nesta segunda-feira (23).
Antes de tudo, durante o período de paralisação dos peritos médicos, o próprio INSS estimulou o processo de remarcação das consultas. Ao menos nas cidades em que a greve fechou os atendimentos, a dica central da autarquia foi remarcar a consulta o quanto antes. Os cidadãos reagendaram as suas visitas através do site ou app do Meu INSS.
Nesse sentido, a perícia médica é um dos pontos cruciais para a concessão de benefícios do Instituto. O cidadão precisa passar pelo procedimento para que o médico avalie se ele precisa ou não do saldo do projeto. Dessa forma, quando a perícia não acontece, o cidadão não pode provar que está doente de fato, e passa a ter que esperar mais tempo pelo benefício.
Recentemente, o INSS publicou algumas portarias que visavam melhorar a situação. Entre outras coisas, eles decidiram que a perícia médica presencial não seria mais necessária. Os cidadãos poderiam receber os auxílios apenas mediante a apresentação de um laudo médico. Todavia, o procedimento não chegou a ser regulamentado e, portanto, não ajudou muito durante a greve.
A decisão pelo fim da paralisação foi tomada pelos próprios peritos médicos ainda na última sexta-feira (20). Depois de uma nova rodada de negociações com membros do Governo Federal, os servidores decidiram aceitar um reajuste salarial de 5% desde que ele seja pago de modo linear para todos os servidores federais.
Ainda na última semana, o INSS sinalizou que poderá usar robôs para tentar acelerar o processo de diminuição da fila de espera para os pedidos de auxílios da autarquia. A informação se confirmará ainda nesta semana.
Nesse sentido, os robôs não teriam o poder de decidir quem pode e quem não pode receber o dinheiro de benefícios sociais. O plano é usar as máquinas para automatizar o processo de seleção e junção dos documentos enviados para a autarquia.
Hoje, estima-se que quase 3 milhões de brasileiros estejam na fila de espera do INSS. A maioria dos cidadãos que estão nesta situação, aguardam há mais de 45 dias. O número de cidadãos que aguardam por uma resposta aumentou também por causa da greve dos servidores.
No caso específico do auxílio-doença, há uma situação complexa chamada de limbo. É o lugar em que ficam os cidadãos que solicitam o recebimento do benefício e que não ganham mais o salário da empresa, o que deixa o indivíduo em situação ainda mais difícil.
Quem solicita o auxílio-doença do INSS, deixa automaticamente de receber o salário da empresa em que trabalha. Quanto mais a concessão do benefício demora, mais tempo o cidadão passa sem receber nenhum tipo de ajuda.
Por fim, a expectativa é de que o retorno dos peritos médicos ao trabalho ajude a diminuir a fila de espera neste momento. O processo de marcação das consultas segue do mesmo jeito. Basta agendar o atendimento através do site ou app do Meu INSS.