O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) caiu 0,10% em junho. Isso quer dizer que os consumidores do país conseguiram pagar um pouco menos no mês passado para adquirir itens e contratar serviços no Brasil.
A taxa desacelerou em relação à variação observada nos últimos três meses: março (0,64%), abril (0,53%) e maio (0,36%). Aliás, essa foi a primeira taxa negativa de 2023 e animou os brasileiros, que torcem por mais quedas dos preços nos próximos meses.
Em resumo, o INPC mede a variação da cesta de compras para famílias com renda de um até cinco salários mínimos, ou seja, foca nas pessoas de renda mais baixa do país. Aliás, o aumento contínuo e generalizado dos preços de bens e serviços se chama inflação, e ela continuou intensa em abril.
Vale destacar que o INPC é usado como referência para reajustes salariais e benefícios do INSS. Em suma, o governo federal promove reajustes do salário mínimo conforme a variação que o INPC apresentar. Inclusive, os reajustes devem ser, no mínimo, iguais à variação acumulada pelo indicador no ano anterior.
Assim, as famílias continuam a ter as mesmas condições de renda para seguirem comprando os mesmos itens ano após ano, pelo menos teoricamente. No entanto, o Governo Federal pode promover reajustes que resultem em ganhos reais para os trabalhadores, acima da inflação registrada pelo INPC, como aconteceu em 2023.
Em junho, a taxa do INPC ficou negativa, resultado que se repetiu em 12 dos 16 locais pesquisados pelo IBGE. O instituto é responsável pelo indicador e divulgou os dados mais recentes da pesquisa nesta semana.
Com o acréscimo do resultado mensal, o INPC passou a acumular uma alta de 3,00% nos últimos 12 meses, abaixo dos 3,74% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.
No mês passado, o INPC apresentou variação negativa em 12 dos 16 locais pesquisados. Em outras palavras, os consumidores do país aproveitaram a queda nos preços de produtos e serviços na maioria dos locais em junho.
Esse resultado disseminado mostra que os brasileiros gastaram um pouco menos para adquirir itens ou contratar serviços, em comparação a maio. Aliás, cabe salientar que a taxa desacelerou em todos os 16 locais pesquisados, o que significa que as variações dos preços observadas em junho foram menores que as de maio.
Confira abaixo as taxas inflacionárias registradas nos locais pesquisados em junho:
Como observado acima, a inflação medida pelo INPC caiu em 12 dos 16 locais pesquisados, puxando a taxa nacional para baixo. No entanto, no acumulado dos últimos 12 meses até junho, todos os locais continuaram com taxas positivas.
Os números mais elevados foram registrados em: São Paulo (4,32%), Vitória (3,37%), Belém (3,28%) e Aracaju (3,07%). Apenas estes quatro locais tiveram taxas inflacionárias superiores à média nacional (3,00%).
A saber, estas capitais respondem por 34,75% da inflação medida pelo INPC no país. Por isso que a taxa anual ficou próxima a essas taxas, apesar de as 12 capitais restantes terem registrado valores inferiores à inflação nacional no período.
Aliás, o destaque ficou com São Paulo, que puxou a inflação medida pelo INPC para cima. Em resumo, o estado tem um peso regional de 24,60% no Brasil, ou seja, sua variação corresponde a quase um quarto da taxa nacional. Assim, a inflação no país tende a ficar mais próxima do resultado de São Paulo.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existe uma diferença sutil entre os dados do INPC e do IPCA e apenas se refere ao uso do termo “amplo”.
De um lado, “o IPCA engloba uma parcela maior da população. Ele aponta a variação do custo de vida médio de famílias com renda mensal de 1 e 40 salários mínimos”, segundo o IBGE.
Por sua vez, “O INPC verifica a variação do custo de vida médio apenas de famílias com renda mensal de 1 a 5 salários mínimos. Esses grupos são mais sensíveis às variações de preços, pois tendem a gastar todo o seu rendimento em itens básicos, como alimentação, medicamentos, transporte etc.”, informa o IBGE.
Em junho, a taxa do INPC ficou mais elevada no Recife devido às altas registradas nos preços da gasolina (4,09%) e da energia elétrica residencial (3,73%). Por outro lado, Goiânia teve a menor taxa entre os locais pesquisados devido às quedas nos preços da gasolina (-5,40%) e da energia elétrica residencial (-4,79%).
Por fim, o IBGE revelou que os preços dos produtos alimentícios caíram 0,66% em junho, desacelerando em relação ao mês anterior, quando os preços subiram 0,16%. Já os produtos não alimentícios subiram 0,08%, ante alta de 0,43% em maio.
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