De acordo com o IPEA (Instituto de Economia Aplicada), a partir de dezembro, apenas os mais pobres foram atingidos pela aceleração da inflação. É o que os números mostram.
Considerados como renda muito baixa, os que tem renda familiar menor que R$ 1.800 sentiram o aumento na inflação que passou de 0.65% para 0,74% de novembro para dezembro. Já em relação aos outros grupos, os números mostram redução em relação a novembro.
A explicação está no aumento do preço dos alimentos, energia elétrica e gás de cozinha, bens de consumo que fazem parte da vida diária das pessoas e das quais elas não podem abrir mão. Na medida em que parte significativa da renda da camada mais pobre é destinada à alimentação, é natural que sejam mais atingidos pela inflação já que, ganhando pouco e tendo que gastar com alimentos, energia e gás de cozinha, automaticamente sua renda está destinada a estes bens.
Se na passagem de novembro para dezembro houve uma redução em relação a outros bens para as faixas de renda mais alta, no acumulado de 2021 a aceleração se fez sentir e foi mais alta do que a do ano anterior em todas as faixas, sendo que as famílias de renda média-baixa, novamente foram as mais afetadas pela alta inflacionária. Em 2021 as taxas foram de 10,4% e 10,3%.
Se para as famílias de renda mais baixa o aumento se fez sentir pela alta dos alimentos e o chamado grupo habitação: energia elétrica e gás de cozinha, no caso de quem tem a renda mais alta, foi o grupo transporte que deu as cartas com o aumento dos combustíveis.
Vale lembrar que a melhora de desempenho dos alimentos em 2021 não impediu que a inflação atingisse o segmento e, consequentemente as camadas da população de renda mais baixa.