O número de inadimplentes no Brasil caiu em dezembro. A saber, o país tinha 69,43 milhões de pessoas com o nome sujo ao final do último mês de 2022. Isso quer dizer que quase um terço da população brasileira estava incluído nos números da inadimplência no país.
Embora a taxa tenha sido bastante expressiva, a quantidade de pessoas com dívidas atrasadas recuou em relação a novembro. Em síntese, havia 69,83 milhões de pessoas inadimplentes no país no mês anterior. Aliás, esse foi o recorde da série histórica, que teve início em 2016.
A propósito, o número registrado em dezembro representou uma queda de 405 mil pessoas inadimplentes, em comparação com novembro. A propósito, o Mapa da Inadimplência e Renegociação de Dívidas no Brasil, que apresentou todos estes dados, é realizado pela Serasa Experian e sua divulgação ocorreu nesta quarta-feira (25).
Vale destacar que, apenas em 2022, cerca de 3,9 milhões de brasileiros passaram a integrar o grupo de inadimplentes do país. Em suma, o número só não ficou maior graças a forte redução registrada em dezembro.
Apesar da queda, o número da inadimplência no país segue em patamar bastante elevado. A título de comparação, havia 65,9 milhões de brasileiros com contas e dívidas atrasadas na fase mais aguda da pandemia da covid-19, em abril de 2020.
Em resumo, a pandemia fez os brasileiros se afundarem em dívidas devido à queda nos números do mercado de trabalho e da renda da população. Embora o quadro sanitário tenha melhorado significativamente em 2022, os impactos financeiros e econômicos da pandemia continuaram afetando de maneira intensa a população.
O principal destaque do levantamento da Serasa Experian foi o recuo da inadimplência no país. A saber, a quantidade de pessoas com contas atrasadas cresceu durante 11 meses consecutivos, de janeiro a novembro do ano passado. E esse crescimento se refere ao mês anterior.
Isso quer dizer que o número de inadimplentes registrado em novembro foi muito maior que o registrado em dezembro de 2021, por exemplo, já que houve aumento da inadimplência durante todo esse período.
Aliás, confira abaixo os números de inadimplentes no país em todos os meses de 2022:
Em dezembro, o valor de todas as dívidas somadas ultrapassou R$ 312 bilhões. Isso significa dizer que cada um dos inadimplentes estava com um dívida média de R$ 4.493,91 no final do ano passado.
Entre as unidades federativas (UF), a maior dívida média por pessoa foi registrada em Santa Catarina (R$ 6.290,57,). Esse número ficou 40% acima do valor médio nacional.
A Serasa Experian também revelou que o cartão de crédito seguiu como o principal motor das dívidas entre os consumidores com contas atrasadas. Veja quais foram os principais responsáveis pela inadimplência no ano passado:
Em suma, estes números correspondem às contas e dívidas que os inadimplentes não conseguem pagar. Na verdade, o cartão de crédito se destaca na maioria dos levantamentos que se referem às dívidas dos brasileiros.
“O cartão de crédito é uma meio de pagamento altamente difundido no Brasil, tipo de crédito fácil e imediato, que exige baixo esforço dos consumidores para utilizá-lo”, explicou a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Além disso, a inflação e os juros elevados afetaram fortemente os hábitos de consumo da população no ano passado. Esse cenário reduziu a renda dos brasileiros, que passaram a utilizar com maior frequência o cartão de crédito. No entanto, muita gente não conseguiu honrar seus compromissos, passando a elevar os números da inadimplência no país.
De acordo com a Serasa Experian, o recuo no número de inadimplentes em dezembro aconteceu por dois principais motivos. O primeiro deles foi o pagamento do 13º salário, que injetou um volume expressivo de dinheiro na economia do país. Aliás, boa parte das pessoas que receberam o benefício utilizou o dinheiro para pagar dívidas atrasadas.
Já o segundo fator que ajudou a reduzir os números da inadimplência foi o Feirão Limpa Nome, promovido pelo Serasa entre novembro e dezembro do ano passado. Na edição de 2022, 8,4 milhões de acordos foram feitos, segundo a entidade. Esse foi “o maior número de negociações da história da Serasa”.