O Banco Central (BC) divulgou hoje que a taxa média de juros do cartão de crédito rotativo atingiu um novo recorde, alcançando a marca de 445,7% ao ano até o mês de agosto. Em julho, esse índice estava em 441,3%. Esse aumento constante nas taxas de juros coloca ainda mais pressão sobre os consumidores brasileiros que utilizam o cartão de crédito rotativo como forma de financiamento.
O dado alarmante revela que, desde dezembro de 2022, o custo de crédito nessa modalidade tem permanecido acima da marca de 400%. Uma análise da série histórica desde 2011 mostra que as taxas mais baixas registradas nesse parâmetro giravam em torno de 200%, destacando a escalada preocupante das taxas de juros ao longo dos anos.
Diante desse cenário, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de Lei que visa limitar os juros do cartão de crédito rotativo em 100%. Além disso, o projeto estipula que o setor bancário deve apresentar uma proposta alternativa para reduzir as taxas nessa modalidade em um prazo de 90 dias, a contar da sanção do projeto de lei.
Essa medida representa um esforço significativo por parte do governo brasileiro para aliviar o peso das altas taxas de juros sobre os consumidores, principalmente em relação ao programa de renegociação de dívidas conhecido como “Desenrola”, que também está previsto no texto do projeto.
O governo tem demonstrado empenho em acelerar a aprovação do projeto, uma vez que ele possui implicações diretas na vida financeira dos cidadãos. A expectativa é de que, com a aprovação e implementação dessas medidas, os brasileiros tenham um alívio nas despesas relacionadas ao cartão de crédito
O rotativo do cartão de crédito é uma modalidade de crédito oferecida pelas instituições financeiras aos seus clientes que permite o pagamento mínimo da fatura, com a opção de parcelar o saldo devedor restante a cada mês. Essa modalidade de crédito é conhecida por ter uma das taxas de juros mais elevadas do mercado financeiro, tornando-o uma forma muito cara de financiamento.
Devido às altas taxas de juros associadas ao rotativo do cartão de crédito, é altamente aconselhável evitar o uso dessa modalidade sempre que possível. Em vez disso, é recomendável pagar o saldo integral da fatura do cartão de crédito a cada mês para evitar a acumulação de dívidas e juros elevados. Se isso não for possível, procurar alternativas mais vantajosas, como um empréstimo pessoal com taxas de juros mais baixas, é uma opção mais sensata do ponto de vista financeiro.
O cenário das taxas de juros no cartão de crédito no Brasil continua sendo uma preocupação para os consumidores, apesar de uma leve redução em agosto. A taxa média de juros no cartão de crédito, considerando todas as modalidades, se situou em 101,5% ao ano até o mês de agosto.
Essa cifra representa uma ligeira queda em relação a julho, quando estava em 101,9%. No entanto, o índice ainda se encontra próximo ao recorde registrado em setembro de 2016, quando atingiu 123%, de acordo com a série histórica que teve início em 2011.
No que diz respeito às famílias, a taxa média de juros ficou em 57,7% ao ano, com uma redução de 0,6 ponto percentual no último mês. Apesar disso, quando observamos o período de doze meses, houve um incremento de 3,7 pontos percentuais, evidenciando a volatilidade do mercado de crédito.