Como se não bastasse a situação do aumento dos preços da gasolina, da conta de luz, do botijão de gás e da cesta básica, os brasileiros ainda precisam se preocupar com os impostos. Só que neste caso, uma parcela da população acaba sofrendo mais do que as outras. Estamos falando das pessoas mais pobres.
De acordo com uma pesquisa do Instituto Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), os impostos no Brasil acabam atingindo mais os mais pobres. Pelo menos essa é a conclusão. É que essas cobranças acabam tendo uma pressão maior na classe mais baixa do país. Enquanto entre os mais ricos a situação não parece ser tão difícil.
Segundo a pesquisa, essa diferença acontece sobretudo em dois impostos. São eles o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e o Imposto Imperial Predial e Território Urbano (IPTU). Além disso, o Ipea considerou também a questão do valor que as pessoas pagam para a previdência social.
De acordo com a pesquisa, o IPTU consome 1,2% da renda familiar mensal daqueles que recebem até três salários mínimos. Do outro lado, esse mesmo imposto acaba representando um comprometimento de apenas 0,7% dos ganhos das pessoas que recebem mais de 36 salários mínimos no Brasil hoje.
No caso do IPVA, essa conta é de 2,2% de comprometimento para os mais pobres contra 0,9% para os mais ricos. E na questão da previdência social, essa contribuição representa 6,1% para quem ganha até um salário mínimo e de 1,2% para os mais ricos, que ganham mais de 36 salários mínimos.
Impostos para os mais pobres
Esse é mais um dado que mostra que, em tese, a pandemia do novo coronavírus não atingiu todas as pessoas da mesma forma. O levantamento aponta que os mais pobres e mais vulneráveis estão sofrendo mais do que os outros neste momento.
De acordo com alguns analistas, essa seria uma prova de que o poder executivo precisa seguir com os pagamentos de benefícios para essa população carente. O Auxílio Emergencial do Governo Federal, no entanto, está perto de chegar ao fim.
Em contrapartida, o Palácio do Planalto quer começar o quanto antes os repasses do seu novo Bolsa Família. A ideia é que o programa entre em cena a partir do próximo mês de novembro, e atenda mais pessoas do que atende atualmente.
Auxílios para os mais pobres
Em entrevista na última semana, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que reconhece que a situação não está fácil. Ele até falou que os vulneráveis ficaram para trás no Brasil. Por isso, ele está apostando nesses novos projetos sociais.
Só que ele ainda não está completamente convicto de que vai conseguir aumentar o tamanho do programa. De acordo com o próprio Ministro, isso só vai acontecer se o Governo Federal conseguir liberação para parcelar os precatórios.
Enquanto não há uma definição sobre o assunto, milhões de vulneráveis seguem tendo que pagar impostos que comprometem muito a renda deles neste momento. Muitas pessoas querem que os governantes tomem decisões mais rápidas sobre esse assunto.