Há cinco anos, foi lançado o Meu INSS, uma plataforma que reúne 90 serviços do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), proporcionando aos segurados uma maneira prática de solicitar benefícios e enviar a documentação necessária para análise, seja por meio do aplicativo ou do site.
Para os aposentados e pensionistas, o sistema oferece a facilidade de alterar o local de recebimento dos pagamentos ou cadastrar representantes legais, entre outras opções.
Apesar dos benefícios oferecidos pelo Meu INSS, algumas questões ainda impactam o seu pleno funcionamento.
Problemas técnicos, como por exemplo, instabilidades na plataforma e respostas automáticas de indeferimento quase instantâneas, têm sido um desafio constante.
Logo, essas dificuldades podem gerar frustrações e atrasos nos processos, prejudicando a experiência dos usuários.
Além disso, a falta de acessibilidade digital representa outra barreira significativa, especialmente para a parcela mais vulnerável dos segurados.
Muitos serviços são disponibilizados quase exclusivamente pela plataforma online, o que exclui aqueles que não têm familiaridade com tecnologia ou acesso à internet de qualidade.
Essa exclusão digital pode ampliar as desigualdades e dificultar o acesso aos direitos previdenciários.
É fundamental abordar esses obstáculos para garantir que o Meu INSS cumpra seu propósito de forma eficaz e inclusiva.
A busca por soluções para os problemas técnicos e investimentos em acessibilidade digital são passos essenciais para melhorar a experiência dos usuários e assegurar que todos os segurados tenham acesso equitativo aos serviços oferecidos pela plataforma.
Enfim, para saber mais sobre esses desafios e as iniciativas em andamento para superá-los, continue lendo.
Antes de tudo, é importante destacar que, como inúmeros outros cinco mil serviços públicos, o acesso à plataforma do Meu INSS é realizado através do sistema Gov.br.
Todavia, é comum que muitos segurados e beneficiários do INSS se deparem com o dilema de esquecerem suas senhas ou e-mails de acesso à conta.
Para solucionar esse impasse, um procedimento simples está ao alcance de todos. Para isso, basta inserir o número do CPF no site acesso.gov.br/ e, em seguida, clicar na opção “Esqueci minha senha”.
Uma alternativa prática e segura é utilizar o aplicativo Gov.br, o qual permite que você leia o QR Code gerado na tela do seu computador com o seu celular para acessar o Meu INSS.
A partir desse ponto, a plataforma iniciará o processo de reconhecimento facial do cidadão, que deve seguir as orientações do sistema para efetuar a recuperação dos dados.
Caso o uso de um celular não seja uma opção viável, não há motivo para preocupação. Existe a opção de clicar em “Não tenho celular”.
Além disso, é possível recuperar o acesso ao Meu INSS através de um dos 11 bancos credenciados, oferecendo uma diversidade de caminhos para a redefinição do login utilizando o e-mail ou número de celular previamente cadastrados.
Segundo a coordenadora do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP), os segurados enfrentam dificuldades recorrentes devido às instabilidades do sistema do Meu INSS.
Isso resulta no impedimento de acesso às informações essenciais, incluindo o acompanhamento do andamento de seus pedidos de benefício.
Ela ressalta que esses problemas são uma ocorrência quase semanal, causando sérios obstáculos para os segurados.
Em muitos casos, eles se deparam com prazos para recursos ou exigências a serem cumpridos e são incapazes de fazê-lo devido às falhas frequentes do sistema.
O INSS, em resposta a essas preocupações, informou que a Dataprev, empresa responsável pela análise de dados do governo federal, monitora os sistemas do Meu INSS de forma constante.
A instituição assegura que estão empenhados em intervir imediatamente sempre que algum incidente é identificado e trabalham rotineiramente para manter a estabilidade do sistema.
Entretanto, apesar desses esforços, os problemas persistem, impactando diretamente a vida dos segurados.
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A utilização da plataforma do Meu INSS, seja por meio do site ou do aplicativo, pode ser um desafio para diversos segurados, especialmente aqueles em situação de vulnerabilidade.
De acordo com Joseane Zanardi, Coordenadora do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP), essa dificuldade não se limita apenas à compreensão das funcionalidades da ferramenta.
Muitos segurados enfrentam obstáculos relacionados à falta de acesso a um smartphone onde o aplicativo possa ser instalado. Isso, obviamente, agrava ainda mais a situação para essas pessoas.
O processo de análise dos pedidos de benefício pelo Meu INSS envolve o uso do chamado ‘robô do INSS’. Esse é um sistema alimentado com inteligência artificial (IA) que examina as informações dos requerimentos.
Entretanto, preencher de maneira adequada as lacunas nos pedidos pode ser determinante para a aprovação ou rejeição automática do benefício.
Especialistas que estudam o assunto destacam que aqueles que se dedicam a compilar documentos de forma minuciosa no Meu INSS têm maiores chances de terem seus benefícios concedidos.
É fundamental reunir documentos como carteiras de trabalho, carnês de contribuição, contracheques e contratos de trabalho.
Além disso, deve-se cumprir os requisitos necessários para a aposentadoria e manter os dados do Cadastro Nacional de Informação Social (CNIS) atualizados.
Trabalhadores expostos a substâncias nocivas ou ruídos excessivos têm direito a um tempo de contribuição especial, de acordo com a legislação.
Quanto maior a nocividade, maior é a multiplicação no tempo de serviço para calcular os benefícios. Essas informações profissionais deveriam constar no Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS) do trabalhador, mas muitas vezes são omitidas.
O advogado Rodrigo Luiz, membro da Comissão de Direito Previdenciário da OAB-RJ, observa que mesmo quando inseridas no CNIS, o robô do INSS não interpreta corretamente essas informações.
Dessa forma, o sistema Meu INSS permite a inclusão manual de períodos de contribuição especial não registrados no CNIS, mas ainda assim, o cálculo é impreciso, prejudicando o segurado.