O Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), ficou praticamente estável em novembro deste ano. O índice variou 0,1 ponto e chegou a 112,1 pontos, de acordo com a Agência Brasil.
Os dois componentes que formam o indicador tiveram comportamentos diversos. O componente de Mídia, baseado na frequência de notícias com menção à incerteza na imprensa, subiu 0,3 ponto, para 112,6 pontos, segundo destaca a publicação oficial.
Por outro lado, o componente de Expectativas, que mede a dispersão nas previsões de especialistas para variáveis macroeconômicas, caiu 0,7 ponto, para 105,1 pontos.
Segundo a economista da Fundação Getulio Vargas (FGV) Anna Carolina Gouveia, a estabilidade e manutenção do indicador em patamar elevado reflete cenário de desaceleração da economia no fim do ano e incertezas em relação às políticas econômicas do próximo governo, destaca a Agência Brasil.
De acordo com informações da FGV, o Indicador de Incerteza da Economia – Brasil (IIE-Br) busca mensurar a incerteza da economia brasileira a partir de informações coletadas dos principais jornais do país e das expectativas do mercado financeiro acerca de variáveis macroeconômicas.
Segundo destaca a Fundação Getulio Vargas (FGV), o Indicador de Incerteza da Economia é composto por dois indicadores:
Reflete a incidência de termos relacionados à incerteza em artigos publicados em seis dos principais jornais do país. Aproximadamente 30 mil notícias são analisadas por mês. Esse indicador tem um peso de 80% no indicador agregado.
Elaborado com base na dispersão das previsões de especialistas para três variáveis macroeconômicas: taxa de câmbio e Selic, 12 meses à frente e o IPCA acumulado para os próximos 12 meses, divulgados pelo Banco Central. Esse indicador tem um peso de 20% no indicador agregado.
Cálculo do Indicador de Incerteza:
IIE-BR = IIE-Br-Mídia * 0,8 + IIE-Br-Expectativa * 0,2
Segundo informações oficiais da FGV, evidências empíricas mostram que choques de incerteza podem gerar impactos negativos nas empresas e nas famílias, pois desmotivam investimentos, inibem a produção e também diminuem a propensão ao consumo.
Além disso, o crescimento da incerteza na economia reduz a eficácia da política monetária. Resultados preliminares obtidos no Brasil mostram que aumentos na taxa de juros, por exemplo, têm efeito reduzido no controle da inflação em tempos de grande incerteza. Para acessar os relatórios oficiais da Fundação Getulio Vargas (FGV), acesse a plataforma oficial FGV Dados.