O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), conhecido como a “inflação do aluguel”, apresentou um cenário surpreendente nos últimos meses. Com uma deflação em abril, algo que não ocorria há mais de 5 anos, essa tendência de queda se acentuou em maio. Nesse contexto, surge uma importante questão: os contratos atuais de aluguel receberão desconto?
Na prática, o IGP-M negativo é um forte indicador de que os preços estão diminuindo na comparação anual, principalmente no que tange aos valores dos aluguéis. Em maio, o índice registrou uma queda de 1,84%, acumulando uma retração de 4,47% nos últimos 12 meses. Dessa forma, essa redução poderia resultar em um desconto de até R$ 223,50 em um aluguel mensal de R$ 5 mil, dependendo das condições do contrato. Em um ano, essa economia poderia superar os R$ 2.682.
Geralmente, os contratos de aluguel utilizam o IGP-M como índice de correção. No entanto, durante a pandemia, o IGP-M teve um aumento expressivo, ultrapassando 37% no acumulado de 12 meses até maio de 2021. Esse aumento surpreendente fez com que muitos proprietários não repassassem integralmente o aumento para os inquilinos.
Nesse contexto, especialistas recomendam que agora seja a vez dos inquilinos mostrarem flexibilidade. Contudo, o fato de o IGP-M estar negativo indica que ele está devolvendo parte do aumento que ocorreu no passado. Portanto, esse é um momento propício para negociar com o proprietário do imóvel e propor uma redução no valor do aluguel.
É fundamental que essa negociação seja conduzida com antecedência e de forma formal, por escrito. Dessa maneira, as condições acordadas ficarão claramente definidas e evitarão possíveis mal-entendidos. Além disso, é necessário verificar atentamente o contrato de locação, a fim de identificar se há alguma cláusula de exceção que estabeleça que o reajuste só ocorrerá caso o índice seja positivo, o que pode prejudicar o inquilino.
Portanto, o atual cenário de deflação do IGP-M cria uma oportunidade única para os inquilinos negociarem uma redução no valor do aluguel. Ao estarem cientes dos direitos e das condições contratuais, os inquilinos podem abordar de forma assertiva os proprietários e apresentar suas propostas.
Dessa forma, é essencial aproveitar esse momento favorável e estabelecer um diálogo aberto, buscando soluções benéficas para ambas as partes envolvidas. A flexibilidade e a formalização da negociação são elementos fundamentais para alcançar um acordo satisfatório.
Diante do atual cenário de deflação do IGP-M e sua repercussão nos preços dos aluguéis, é fundamental que inquilinos e proprietários estejam abertos ao diálogo e à negociação.
Enquanto o IGP-M negativo proporciona uma oportunidade para os inquilinos obterem reduções nos valores dos aluguéis, é importante lembrar que cada situação é única e requer uma abordagem personalizada.
A flexibilidade por parte dos inquilinos, aliada à formalização da negociação por escrito, oferece maior segurança para ambas as partes envolvidas. Além disso, é crucial que os inquilinos estejam atentos às cláusulas do contrato de locação, a fim de compreenderem plenamente suas obrigações e direitos.
Cabe ressaltar que a negociação não deve ser encarada como uma disputa, mas sim como uma busca por um equilíbrio justo entre as partes. Contudo, os proprietários também podem se beneficiar ao considerar as circunstâncias econômicas atuais e as vantagens de manter um inquilino satisfeito em seu imóvel.
Em última análise, a deflação do IGP-M abre uma janela de oportunidade para revisão dos valores de aluguel, proporcionando uma economia significativa para os inquilinos. Dessa maneira, é indispensável que todas as negociações sejam conduzidas de forma ética e respeitosa, visando uma solução mutuamente benéfica.