O Ibovespa iniciou a semana em alta, após a forte queda registrada no último pregão. Desta vez, os investidores buscaram ativos de risco, deixando de lado as preocupações com os conflitos no Oriente Médio.
Nesta segunda-feira (16), o Ibovespa subiu 0,67%, a 116.534 pontos. A saber, este é o indicador do desempenho médio das cotações das ações negociadas na B3, a Bolsa Brasileira.
Com o avanço no dia, o indicador eliminou quase todas as perdas registradas em outubro, mas ainda segue em campo negativo (-0,03%). Já em 2023, o Ibovespa reserva ganhos de 6,20%.
Aliás, o avanço anual chegou a superar 11% em julho, mas o indicador caiu em 18 dos 23 pregões realizados em agosto, período em que teve a maior sequência de quedas já registrada na história, recuando por 13 pregões consecutivos e acumulando perdas de 5,1%, no mês.
No pregão de hoje (16), os investidores repercutiram as novas projeções de analistas do mercado financeiro em relação a indicadores econômicos do Brasil. Em suma, os analistas projetaram pela primeira vez a taxa inflacionária dentro da meta estabelecida para 2023.
De acordo com o boletim Focus, as estimativas apontaram para uma inflação de 4,75%, percentual limite para cumprir a meta neste ano. Para 2023, o Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu uma meta central de 3,25% para a inflação no país, podendo variar entre 1,75% e 4,75%. Isso acontece porque a entidade também define um intervalo de 1,5 ponto percentual (p.p.) para a taxa inflacionária, para cima e para baixo.
Essa estimativa mais otimista aconteceu porque, em setembro, a inflação subiu 0,26% no Brasil, abaixo do esperado pelo mercado. Embora a taxa tenha acelerado em relação a agosto (0,23%), o que repercutiu foi o dado vir mais fraco que o esperado por analistas (0,33%). A propósito, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é considerado a inflação oficial do país.
Nesta segunda-feira (16), os investidores também ficaram de olho nos Estados Unidos. Em suma, ainda existe temor em torno do aumento dos juros na maior economia global, apesar de o vice-diretor do Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, ter afirmado na semana passada que a entidade não deverá elevar a taxa de juros nos EUA.
Nos dois últimos anos, o Fed elevou recorrentemente os juros para segurar a inflação no país, que chegou ao maior patamar em quase 40 anos. Atualmente, a taxa de juros está no nível mais elevado em mais de duas décadas anos, e havia risco de subir ainda mais até o final do ano.
Entretanto, na última reunião do Fed, realizada em setembro, a entidade optou por manter os juros estáveis nos EUA. Contudo, não descartou a possibilidade de elevar a taxa nas próximas reuniões, a depender dos dados econômicos nacionais.
No último sábado (7), o grupo extremista islâmico Hamas atacou Israel, que contra-atacou em seguida. Essas ofensivas provocaram a morte de quase três mil pessoas, segundo os dados mais recentes. Também há milhares de desaparecidos e o Hamas sequestrou dezenas de reféns.
Esse cenário caótico provocou o encarecimento de várias commodities, o que poderá pressionar a inflação global. No entanto, como isso ainda não aconteceu, os investidores estão aproveitando para investir em grande exportadores de commodities, como o Brasil.
Apesar das preocupações com o Oriente Médio, o Ibovespa vem subindo nos últimos dias porque os investidores não estão acreditando que os conflitos irão impactar a economia global. Na verdade, muitos afirmam que se trata de um problema humanitário e que não terá forças para pressionar a inflação mundial.
De todo modo, o mercado continua analisando toda a situação, tendo como principais preocupações:
Na sessão de hoje (16), 59 das 86 ações listadas no Ibovespa subiram, enquanto outras 22 caíram e cinco se mantiveram estáveis. O resultado mostra que o indicador não subiu mais porque houve uma quantidade razoável de papeis no vermelho.
A carteira teórica mais famosa do país movimentou R$ 13 bilhões no pregão de hoje, 30% abaixo da média dos últimos 12 meses. Em outubro, a média está em R$ 15 bilhões, menor montante mensal de 2023. O mais elevado foi registrado em junho, quando a média diária de giro financeiro chegou a R$ 21,1 bilhões.