Economia

Ibovespa inicia semana em ALTA e acumula ganhos de 7,4% em 2023

O Ibovespa iniciou esta semana em alta, emendando o terceiro pregão seguido de alta. Os investidores continuaram repercutindo a decisão dos bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos em relação à taxa de juros.

Em resumo, o Ibovespa fechou a sessão desta segunda-feira (6) em leve alta de 0,23%, aos 118.427 pontos. Esse é o patamar mais elevado em um mês e meio e mostra o bom desempenho do indicador nas últimas semanas.

Com o acréscimo deste resultado, o Ibovespa agora acumula fortes ganhos de 4,67% nos três primeiros pregões de novembro. Como os resultados foram apenas positivos, além de terem sido expressivos, o indicador teve um dos melhores inícios de mês em 2023.

Ibovespa acumula ganhos em 2023

Em 2023, o Ibovespa reserva ganhos de 7,92%. O resultado anual estava ainda mais positivo há alguns meses, chegando a 11% em julho, mas o indicador caiu em 18 dos 23 pregões realizados em agosto, período em que teve a maior sequência de quedas já registrada na história, recuando por 13 pregões consecutivos e acumulando perdas de 5,1% no mês.

Já em setembro, o Ibovespa até conseguiu subir, mas a alta foi bem leve, de apenas 0,71%. O resultado reverteu novamente a trajetória em outubro, refletindo o pessimismo dos investidores, principalmente com o cenário internacional.

No mês passado, o indicador caiu 2,94%, aumentando as perdas anuais, mas o saldo de novembro está eliminando as perdas do mês anterior e mostra o movimento de gangorra que o Ibovespa vem apresentando nos últimos meses.

Ibovespa acumula ganhos em 2023, e resultado está mais forte com desempenho de novembro. Imagem: Pixabay.

Investidores ainda repercutem decisão do Copom

Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu pela terceira vez consecutiva a taxa básica de juro da economia brasileira, a Selic, em 0,50 ponto percentual. Com isso, a taxa de juros do país caiu de 12,75% para 12,25% ao ano.

O corte de meio ponto percentual era esperado pelo mercado, que também projeta uma nova redução de mesma magnitude em dezembro, na última reunião de 2023 do Copom.

A propósito, os cortes seguidos dos juros no Brasil indicam que a política monetária menos contracionista está funcionando, pois continua limitando o avanço da inflação, mesmo que os juros estejam diminuindo.

A saber, a taxa Selic tem como principal função limitar o avanço da inflação no Brasil. Quanto mais alta ela estiver, mais elevados ficam os juros, no geral, como o imobiliário e o bancário. Isso acontece para que o poder de compra do consumidor fique reduzido e, assim, haja um enfraquecimento na demanda por produtos e serviços.

Em síntese, quanto menor a demanda, menores tendem a ser as variações nos preços. Aliás, o Copom eleva os juros, pois o BC deve agir para atingir a meta da inflação estabelecida em cada ano para o Brasil.

Em 2023, a meta central da inflação é de 3,25%, mas a taxa pode variar 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Assim, caso a inflação varie entre 1,75% e 4,75% em 2023, ela terá sido formalmente cumprida.

Como a taxa inflacionária vem desacelerando nos últimos meses, o BC passou a reduzir os juros, e o resultado tem se mostrado muito positivo, já que a inflação não voltou a ganhar força no país. Por isso que o Ibovespa segue em alta nos últimos dias.

Fed mantevem juros inalterados nos EUA

Na quarta-feira (1º), o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, também anunciou sua decisão sobre os juros no país. Em resumo, a maior economia do planeta seguiu com a taxa de referência dos juros inalterada, no intervalo de 5,25% a 5,50% ao ano. A decisão também veio em linha com as estimativas do mercado.

Cabe salientar que o Fed anunciou sua decisão na tarde da quarta-feira, ou seja, o mercado ainda repercutiu a manutenção dos juros naquele pregão. Contudo, isso não aconteceu em relação ao Copom, que só anunciou a decisão após às 18h, quando o pregão já havia chegado ao fim.

Como não houve negociação no dia 2 de novembro devido ao feriado do Dia de Finados, a repercussão da decisão do Copom, que animou o mercado, derrubou o dólar e impulsionou o Ibovespa na sexta-feira (3).

Nesta segunda-feira (6), não houve divulgação de dados econômicos relevantes. Por isso, os investidores continuaram repercutindo a decisão dos bancos centrais. O mercado também está atento ao calendário desta semana, quando deverá ocorrer a divulgação dos dados mais recentes da inflação no Brasil e nos EUA.

42 das 86 ações do Ibovespa sobem na semana

Na sessão de hoje (6), 42 das 86 ações listadas no Ibovespa fecharam o dia em alta, impulsionando o indicador e refletindo a caçada aos ativos de risco. Os avanços foram mais fortes que as quedas e conseguiram impedir a queda do índice.

A carteira teórica mais famosa do país movimentou R$ 14 bilhões na sessão, 26% abaixo da média dos últimos 12 meses (R$ 18,9 bilhões). Neste ano, o menor montante mensal foi registrado em setembro e outubro, que tiveram média de R$ 16,1 bilhões.

De modo diferente, o valor mais elevado foi registrado em junho, quando a média diária de giro financeiro no Ibovespa chegou a R$ 21,1 bilhões.