Com a proximidade de dezembro e, consequentemente, do verão, muitos brasileiros passaram a se perguntar cada vez mais se o horário de verão voltará em 2023. A regra é bastante conhecida no país, mas já está suspensa há alguns anos, para alegria de alguns e tristeza de outros.
De acordo com informações oficiais, o Governo Federal ainda não decidiu se voltará a adotar o horário de verão em 2023. Em resumo, a regra vigorou no país nas últimas décadas, fazendo as pessoas adiantarem os seus relógios para o horário oficial de Brasília.
Contudo, o horário de verão está suspenso há alguns anos, e a população vem se perguntando se a regra voltará neste ano. Até o momento, ainda não houve uma confirmação oficial sobre a volta ou a suspensão da regra, mas declarações sobre o tema já foram feitas nas últimas semanas.
De acordo com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), não há necessidade da volta do horário de verão em 2023. Em resumo, ele afirmou que o nível dos reservatórios do país está no “melhor momento dos últimos 10 anos“.
“É importante que nós, o tempo todo, nos mantenhamos precavidos sobre a afirmação de que vai ou não vai acontecer. O horário de verão ele só acontecerá, é evidente, se tiver sinais e evidências de uma necessidade de segurança de suprimento do setor energético brasileiro“, explicou o ministro no final de setembro.
Aliás, a área técnica da pasta também afirmou em setembro que não seria necessária a adoção do horário de verão no Brasil em 2023. Contudo, não cabe ao Ministério de Minas e Energia decidir se a regra voltará a vigorar no país neste ano.
Embora a área técnica do Ministério de Minas e Energia tenha informado que não há necessidade do retorno do horário de verão, não cabe à pasta essa decisão. Na verdade, cabe ao governo federal decidir se a regra voltará ou se continuará suspensa no país.
Em suma, o Planalto reúne as informações técnicas, mas também considera as pressões políticas. Caso decida retomar o horário de verão, o presidente irá editar um decreto estabelecendo a adoção da regra em 2023.
O horário de verão foi implementado de forma constante em 1985, visando a preservação do sistema elétrico e a economia de energia através do adiantamento dos relógios em uma hora. Portanto, a regra tem como objetivo fazer com que a população aproveite de uma maneira mais proveitosa a luz natural.
A regra foi instituída pela primeira vez em 1931, durante o governo de Getúlio Vargas, ou seja, há mais de 90 anos. No entanto, apenas em 1985 que a regra se tornou constante, sendo adotada todos os anos.
Como os dias são mais longos no verão, enquanto as noites duram um pouco menos, o governo instituiu o horário de verão para que a população aproveitasse a luz natural, já que demora mais para anoitecer, enquanto a manhã chega mais cedo. Assim, reduz-se o gasto de energia elétrica e, consequentemente, evita-se o risco de apagões.
Contudo, em 2019, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, optou-se por suspender o horário de verão no país, e isso também deverá se manter neste ano.
O principal motivo para a suspensão da regra foi a mudança dos hábitos de consumo de energia elétrica dos brasileiros nos últimos tempos. O cenário atual vem mostrando que o horário de verão não se mostra mais tão eficaz quanto anteriormente, e o governo poderá optar por manter a regra suspensa em 2023.
Embora ainda não haja uma definição sobre o retorno da regra, os especialistas afirmam que o horário de verão não tem mais sentido no Brasil. O diretor-presidente da Associação Brasileira de Companhias de Energia (ABCE), Alexei Vivan, explicou que o principal objetivo da regra é preservar o sistema elétrico nacional. Entretanto, isso não é mais necessário.
“Quando adianta os horários, as pessoas chegam em casa quando ainda está de dia. E aí elas acabam não ligando todas ao mesmo tempo os equipamentos elétricos, como chuveiro, ar condicionado e lâmpadas. Quando se faz isso ao mesmo tempo, tem um gigantesco aumento do consumo de energia num horário específico, fazendo o sistema ficar sobrecarregado“, explicou.
No entanto, o pico de demanda mudou nos últimos tempos, passando das 19h para a faixa das 16h, segundo Vivan. As declarações do diretor-presidente da ABCE foram feitas para o portal poder360.
“Aquele objetivo de preservação do sistema por conta da demanda do início da noite acabou. Tecnicamente, não há mais necessidade por utilização. Nem do ponto de vista de economia de energia. No passado, como o país tinha falta de energia, falava-se que o mínimo que fosse de economia já era vantajoso. Mas no atual momento, há sobra de energia. É outra realidade“, explicou.