A Reforma Protestante foi um marco no Ocidente proporcionando uma enorme transformação religiosa no Cristianismo.
Em 1517, Martinho Lutero colou na porta da igreja teses que criticavam a postura da Igreja Católica em algumas práticas. Esse foi o ponto pé da reforma que mudaria os rumos do cristianismo.
Trata-se de um tema recorrente em provas de vestibulares de todo o país, assim como no Enem. Por isso vale a pena ficar ligado, veja!
Origem da reforma protestante
A relação entre igreja e os monarcas andava estremecida desde o processo de centralização monárquica no fim da Idade Média.
Isso pelo fato dos reis começarem a questionar práticas realizadas pela igreja como o recebimento de tributos feudais.
Além dos monarcas, os camponeses também estavam insatisfeitos com o pagamento de taxas a igreja. A saber, a igreja possuía grandes territórios, além de mosteiros e bispados que viviam às custas dos trabalhadores.
Ademais, a Igreja considerava pecado a “usura” a cobrança de juros por empréstimos e apoiava a comercialização a preço justo, sem lucro abusivo.
Entretanto, o clero praticava comércio de bens eclesiásticos, mesmo condenando a usura e desconfiando do lucro.
Outrossim, a Igreja usava sua autoridade para obter privilégios. Além disso, muitos sacerdotes possuíam esposas, apesar de ser proibido, a prática ficou conhecida como “Nicolaísmo”.
Em meio a tantos escândalos, o maior deles foi a venda descomedida de indulgências, isto é, trocava-se o perdão de pecados por dinheiro.
Martinho Lutero
Nesse contexto, a Reforma Protestante inicia através do monge agostiniano e professor Martinho Lutero (1483 – 1546) que contestava práticas legalizadas pela Igreja.
Lutero, indignado com a venda de indulgências pela Igreja, escreve um manifesto com 95 pontos, e cola na porta de uma igreja, discordando da postura do clero e do Papa.
No entanto, as teses de Lutero foram impressas por alguns estudantes e espalhadas pela população, espalhando as censuras à Igreja Católica.
Por conta disso, em 1520, o Papa Leão X escreve um documento a Lutero exigindo sua retratação. Contudo, ele queima o documento em público, intensificando a situação.
No ano seguinte, o imperador Carlos V em assembleia considera Martinho Lutero um herege. Desse modo, com ajuda da nobreza alemã, o monge esconde-se em um castelo de Wartburg. Nesse período, dedicou-se a tradução da bíblia para alemão e criar princípios para uma nova religião.
Já em 1530, a Confissão de Augsburgo, fundamenta a doutrina Luterana. Os conflitos religiosos seguiram até 1555, com a “Paz de Augsburgo”. O acordo dizia que cada governo dentro do Sacro Império escolheria sua religião e súditos.
A Reforma Luterana teve características diferentes em determinadas regiões. No Sacro Império Romano Germânico a influência foi de Martinho Lutero.
Entretanto, na França e Holanda, além da doutrina Luterana, agregou-se princípios do Calvinismo. Já na Inglaterra o conflito entre o monarca e a Igreja deu origem ao Anglicanismo.
Reforma Protestante e o Calvinismo
As ideias de Lutero se espalharam e foram reformuladas por alguns seguidores, como foi o caso do francês João Calvino (1509 – 1564), influenciado pelo Humanismo e as teses luteranas, Calvino virou um defensor dos novos ideais.
Por conseguinte, escreveu a “Instituição da religião cristã” usado como catecismo pelos calvinistas. João Calvino começou a ser perseguido e refugiou-se em Genebra, onde a Reforma era legal.
Desse modo, agregou novos princípios a doutrina ampliando-a. Ainda determinou o fim das imagens nas igrejas, assim como padres paramentados. A Bíblia deveria ser a base da religião, sendo dispensável um clero regular.
Ainda segundo João Calvino, a salvação é feita por escolha de Deus e não dos fiéis. O Calvinismo cresceu por toda Europa, até mais que o luteranismo.
Por fim, por conta da Reforma Protestante, a Igreja Católica promove a Reforma Católica ou Contrarreforma buscando conter as ideias protestantes.