Heresias Medievais: você sabe o que elas são?
As heresias medievais estão sendo vistas por muitos professores como um assunto-chave que pode aparecer nas provas de 2021, especialmente aquelas de segunda fase.
Porém, apesar de esse assunto estar dentro de outro muito conhecido da História Geral, a Idade Média, muitos alunos não dominam esse tópico o suficiente para garantirem um bom desempenho nas provas.
Assim, o artigo de hoje vai trazer um resumo de tudo o que você precisa saber sobre as Heresias Medievais.
A) Heresia: definição e Cronologia
O termo heresia, em seu original grego, tem como principais significados “acentuação de um aspecto particular da verdade”ou “escolha, preferência, visão particular e discordante”. Desse modo, seu aspecto negativo, relacionado a crimes e pecados, foi algo que se construiu na Idade Média.
No contexto medieval, as heresias aparecem documentadas em textos bíblicos como algo que se deve evitar. Importante ressaltar que as primeiras perseguições aos hereges se dão a partir de Constantino, no séc. II d. C. Pode-se destacar também como marco da perseguição aos hereges as cruzadas contra os Albigenenses, que datam do final do século XII e início do XIII. Então, em 1231 o Papa Gregório IX instala oficialmente a Inquisição.
O que se entendia como heresia no período de Constantino muda significativamente até os séculos XII e XIII. Com o tempo, especialmente a partir da Baixa Idade Média, passa a representar tanto divergências doutrinárias, que questionavam o conteúdo do cristianismo, seus sacramentos e a autoridade das figuras eclesiásticas, como é o caso dos cátaros, quanto aquelas que criticavam a forma de pregação, materializada em grupos que como os valdenses realizavam pregações de forma não autorizada ou proibida.
A heresia era então concebida por definição em contraste a algo.
B) O homem herético
O homem que se entendia como herege vai sendo reformado e delimitado ao longo do tempo. Inicialmente, era tratado como herege somente aquele que, batizado, contrariava as normas da Igreja de forma contínua. Ou seja, era necessário que o indivíduo fosse cristão para ser considerado herege – aqueles adeptos de religiões pagãs, por exemplo, eram categorizados de outras maneiras.
Com o passar do tempo, na Baixa Idade Média , algumas práticas (como a bruxaria) passam a ser também consideradas como heresia. O herege, portanto, era aquele que estava se desviando da ortodoxia cristã, questionando os sacramentos e as autoridades eclesiásticas, e que mesmo depois de ser advertido, não abria mão da defesa de suas considerações sobre o mundo e a Igreja.
C) Heresia e o poder eclesiástico
É importante lembrar que a grande maioria dos documentos que abordam o tema são escritos a partir da perspectiva eclesiástica, ou seja, anti-herética.
O discurso eclesiástico pode ter manipulado esses conceitos (e isso pode ser justamente cobrado na sua prova), contrapondo o que visto é como erro, a heterodoxia, ao que essas autoridades enxergam como uma verdade cristã universal, a ortodoxia.