Economia

Haddad afirma que juros estão atrapalhando a economia (entenda!)

Fernando Haddad (PT), ministro da Fazenda, apresentou uma avaliação nesta segunda-feira (17/07), sobre o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br). A princípio, ele afirmou que o resultado negativo é uma consequência de uma economia restrita, causada principalmente pela alta taxa básica nacional de juros, a Selic.

O ministro da Fazenda diz que o Governo Federal tem um profundo desejo de reduzir a taxa Selic. Vale ressaltar que o IBC-Br do Banco Central, que é utilizado muitas vezes como uma indicação do produto interno bruto (PIB) nacional, apresentou uma queda exponencial no mês de maio deste ano, de cerca de 2%.

Todavia, o mercado financeiro esperava um resultado do IBC-BR neutro, ou seja, de 0% em maio. Fernando Haddad, por outro lado, diz que o resultado já era esperado. Para o ministro, a manutenção da taxa Selic a 13,75% tem como objetivo combater a inflação no país, mas traz como consequência, uma desaceleração da economia.

Fernando Haddad afirma que o Banco Central já esperava essa retração econômica, mas que esse recuo da prévia do PIB apresentado, veio “muito forte”. Segundo o ministro, uma taxa Selic a 10% ao ano já necessita de o Governo Federal ter uma certa cautela. Ele diz que “está muito pesado para a economia”.

Expectativa do governo

Guilherme Melo, Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, disse esta manhã em uma entrevista, que a tão sonhada redução da taxa Selic precisa vir junto com a diminuição da inadimplência das famílias brasileiras. Ele afirmou a necessidade do aumento da concorrência e transparência no mercado de crédito.

Desse modo, segundo o secretário, um cenário desse tipo seria uma “combinação virtuosa”, que poderia proporcionar o aumento da oferta de crédito no país, e a redução massiva do endividamento. Vale ressaltar que mesmo com o recuo do IBC-Br em maio, houve uma alta expressiva de 3,61% no acumulado do ano.

O índice apresentado no IBC-Br, para os meses de fevereiro e de  abril de 2023, tiveram um aumento acima do que o mercado financeiro esperava. Por essa razão, acredita-se que a economia do ano possa acabar apresentando números positivos. Deve-se observar ainda, que no primeiro trimestre, o PIB teve uma alta de 1,9%.

Em síntese, o mercado financeiro projeta um crescimento do PIB de até 2,24% para 2023. Sendo assim, é conveniente mencionar que no início do ano, a projeção era de apenas 0,778%. Guilherme Melo afirmou no início de julho, que o Ministério da Fazenda, deve revisar para 3% a projeção do índice de crescimento econômico do ano.

Os juros e a economia/Fonte: pixabay

Taxa Selic e a economia

Fernando Haddad, sobre a queda do IBC-Br no mês de maio deste ano, disse que “É como o esperado, né. Muito tempo, juro real muito elevado, nós estamos preocupados”. Ele afirma que seu ministério tem recebido muito “retorno” de prefeitos e governadores relacionados a problemas com a sua arrecadação.

O Governo Federal desde a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tem criticado a ação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Dessa maneira, Lula o chamou de “teimoso” e “tinhoso”, recentemente. Isso se deve ao fato de que não há uma redução da taxa de juros Selic há muito tempo, desacelerando a economia.

Em síntese, o Governo Federal não pode agir nessa situação, já que o Banco Central é independente. Então Lula só pode criticar a manutenção de juros, ele não pode intervir diretamente. É preciso observar que a alta dos juros serve para combater a pressão inflacionária no país, a Selic não está alta à toa. 

Crítica de Lula

Lula tem cobrando o Banco Central constantemente para que ele reduza a taxa Selic que está em 13,75% ao ano. A autoridade monetária resiste à solicitação, mantendo os juros nos mesmos patamares desde agosto de 2022. O presidente diz que a economia vem apresentando números positivos e por isso a Selic pode cair.

Em conclusão, Lula diz que “as pessoas que estavam pessimistas, estão vendo o dólar cair, estão vendo a economia crescer, estão vendo sinais de que o salário vai crescer, sinais de que o emprego vai crescer. Ou seja, as pessoas estão ficando mais otimistas. A inflação está caindo. E, logo, logo vai começar a baixar a taxa de juros”.