A confusão na hora da escrita entre os dois termos é bastante comum. Isso ocorre em parte pela pronúncia semelhante. No entanto, os significados e usos de “há” e “a” são distintos, e devemos tomar cuidado na hora de aplicá-los, pois o emprego incorreto pode mudar o sentido daquilo que desejamos expressar e levar o leitor ao equívoco.
A palavra “há” representa a conjugação do presente do indicativo na terceira pessoa do singular do verbo haver. Nesse caso, pode designar “existência”, “estar ou encontrar-se em determinado lugar” ou “tempo transcorrido ou passado”.
Ex.: Há pessoas que não usam máscara.
É importante lembrar que no sentido de existir o verbo haver não flexiona para o plural. Isso ocorre em razão da condição de impessoalidade do verbo – ou seja, permanece na terceira pessoa do singular e não tem sujeito – quando o sentido da oração é de “ocorrer” ou “existir”.
Ex.: Há alguém batendo na porta.
Novamente, o sujeito é indefinido, portanto o verbo é impessoal e não flexiona o plural.
Ex.: Há sete meses que não viajo.
O caso aqui também é impessoal e acompanha o mesmo princípio.
A letra “a” em uma oração pode ser muitas coisas: artigo feminino, pronome também feminino e preposição. Quando ocorre a confusão com o “há” do verbo haver, especificamente, trata-se da preposição. Por exemplo:
Ex.: A casos de coronavírus sem maiores agravamentos.
Nesse caso, o sentido é de que existe casos. Portanto, a forma correta seria “Há”.
O “a”, por sua vez, pode ser empregado para tempo, mas no sentido de movimento, de deslocamento de um pouto a outro.
Ex.: A que horas nós iremos?
Outras acepções são “finalidade”, “modo”, “lugar”, “conformidade”, “distância”, “matéria” e também “direção no tempo”. Por exemplo
Ex.: Daqui a um ano espero que a pandemia seja apenas uma memória.
O verbo “Há” é empregado apenas para o tempo passado, nunca para o futuro! Se for neste último caso, o correto é utilizar a preposição “a”.