O Brasil registrou 36,8 milhões de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado no trimestre móvel de setembro a novembro de 2022. A saber, os dados excluem os trabalhadores domésticos, cujos números também foram pesquisados.
Em resumo, o número superou em 2,3% os números registrados no trimestre móvel anterior (acréscimo de 817 mil pessoas). Já na comparação com o trimestre móvel encerrado em novembro de 2021, o crescimento foi bem mais expressivo, de 7,5 % (acréscimo de 2,6 milhões de pessoas).
“Desde o segundo semestre de 2021, observamos o crescimento dessa categoria. É um registro importante, uma vez que não apenas indica o aumento do número de trabalhadores, mas também sinaliza a redução na informalidade da população ocupada”, ressaltou a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy.
Vale destacar que a pandemia da covid-19 derrubou os números em 2020, e o mercado de trabalho ainda se recuperava em 2021. Por isso que houve um crescimento bem mais expressivo de pessoas com empregos formais na comparação anual que na base trimestral.
Já o número de empregados sem carteira de trabalho assinada totalizou 13,3 milhões de pessoas no período, mantendo-se estável em relação ao trimestre móvel anterior. Já na comparação com o trimestre móvel encerrado em novembro de 2021 houve um crescimento de 9,3% (acréscimo de 1,1 milhão de pessoas).
Embora os números tenham tido estabilidade na base trimestral, vale destacar que o nível continua muito elevado. Em suma, o país tinha 13,4 milhões de trabalhadores sem carteira assinada no trimestre móvel de agosto a outubro, maior número já registrado na série histórica, que teve início em 2012.
A propósito, os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada nesta quinta-feira (19).
Além disso, o IBGE informou havia 25,5 milhões de trabalhadores por conta própria no país no trimestre móvel encerrado em novembro do ano passado. Na comparação trimestral, o número caiu 1,4% (menos 370 mil pessoas), mas manteve estabilidade em relação ao trimestre de setembro a novembro de 2021.
O IBGE ainda revelou que o número de trabalhadores domésticos chegou a 5,9 milhões no período. A taxa se manteve estável em relação ao trimestre anterior, mas cresceu 4,5% em relação ao trimestre móvel encerrado em novembro de 2021 (acréscimo de 255 mil pessoas).
Nesta quarta-feira, o IBGE reportou que a taxa de desemprego no Brasil caiu no período, para 8,1%. O número é o menor desde o trimestre móvel encerrado em abril de 2015 (8,1%) e reflete a recuperação do mercado de trabalho brasileiro.
Além desse dado positivo, a PNAD Contínua também mostrou que o rendimento real habitual do trabalhador cresceu 7,1% em um ano, para R$ 2.787. Em números reais, o trabalhador passou a receber R$ 185 a mais no país, visto que o rendimento médio era de R$ 2.602 um ano atrás.
O levantamento ainda informou quais setores geraram mais empregos no trimestre móvel de setembro a novembro do ano passado. Em resumo, apenas dois dos dez grupamentos pesquisados fecharam o trimestre móvel com saldo positivo, na comparação com o trimestre móvel anterior.
Veja abaixo o número de empregos que estes setores criaram:
De acordo com o IBGE, os outros oito grupamentos não tiveram variações significativas em relação ao trimestre móvel de junho a agosto. Aliás, os grupamentos são:
Embora o resultado trimestral tenha indicado estabilidade entre os grupamentos pesquisados, não foi isso o que aconteceu na base anual. A saber, sete dos dez grupamentos registraram aumento na criação de vagas.
Veja abaixo os números de empregos criados nos últimos 12 meses até novembro:
Em contrapartida, o grupamento de agricultura, pecuária e afins registrou o fechamento de 318 mil postos de trabalho no período. Já os grupos de construção e de alojamento e alimentação não tiveram variações significativas em um ano.