Os brasileiros que pagam aluguel receberam recentemente uma grande notícia. O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) caiu 0,72% em julho, após a forte queda de 1,93% registrada no mês anterior.
Em resumo, os últimos meses de 2022 já mostravam desaceleração do IGP-M, com a inflação do aluguel apresentando variações bem modestas. No início deste ano, os preços do setor continuaram desacelerando, até que começaram a cair em abril, ou seja, o IGP-M caiu pelo quarto mês consecutivo.
Cabe salientar que o indicador é popularmente conhecido como inflação do aluguel. O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE), responsável pelo levantamento, divulgou os dados na última semana.
O IGP-M funciona como um indexador de contratos, incluindo os de locação de imóveis. No entanto, o índice não fica limitado a aluguéis, pois também é utilizado para reajustes de contratos de tarifas públicas e seguros, por exemplo.
Além disso, o indicador também influencia mensalidades de escolas e universidades, tarifa de energia elétrica e planos de saúde. Em outras palavras, o IGP-M é muito importante para diversos segmentos da sociedade, influenciando-os de maneira direta.
Com o acréscimo do resultado de julho, o índice passou a acumular uma queda de 5,15% em 2023 e de 7,72% nos últimos 12 meses. Isso quer dizer que os preços de locação de imóveis estão mais baratos neste ano, na comparação com 2022. Aliás, o IGP-M acumulava uma forte alta de 10,08% nos últimos 12 meses até junho de 2022, resultado bem diferente do atual.
Em síntese, essa foi a quarta vez, desde fevereiro de 2018, que o IGP-M acumulado em 12 meses ficou negativo, assim como ocorreu entre abril e junho deste ano. O percentual anual registrado em julho de 2023 é o menor de toda a série histórica, iniciada em 1990.
Em suma, a variação do IGP-M se dá por três indicadores:
Em julho, apenas um indicador ficou negativo, na comparação com junho. Esse resultado foi suficiente para puxar o IGP-M para o campo negativo no mês passado.
Em resumo, o IPA exerce o maior impacto no IGP-M, respondendo por cerca de 70% do índice. Por isso, o indicador considerado a inflação do aluguel tende a apresentar variações semelhantes a do IPA.
No sétimo mês de 2023, o indicador caiu 1,05%, ante recuo de 2,73% em junho. O Coordenador dos Índices de Preços do FGV IBRE, André Braz, explicou que o IPA registrou mais um mês de queda em seus principais grupos, impactando o IGP-M de maneira bem mais intensa que os demais indicadores.
“No entanto, a intensidade destes movimentos está arrefecendo, pois importantes matérias-primas brutas começaram a registrar variações positivas ou menos negativas, como o minério de ferro (de -2,21% para 2,96%), os suínos (de -7,03% para 3,46%) e o milho (de -14,85% para -4,95%)“, explicou Braz.
No caso do IPC, a taxa subiu 0,11% em julho, após cair 0,25% no mês anterior. Quatro das oito classes de despesas pesquisadas pelo FGV IBRE também tiveram resultados positivos no mês.
Em resumo, a maior contribuição veio do grupo transportes, cuja variação dos preços passou de -1,68% para 0,70%. O grande destaque no grupo foi o item gasolina, com os preços subindo 3,65%, após uma queda firme de -3,00% em junho.
Os outros grupos que também registraram taxas positivas foram educação, recreação e leitura (-0,55% para 1,15%), alimentação (-0,33% para -0,15%) e despesas diversas (0,32% para 0,50%).
Em contrapartida, os preços desaceleraram nos grupos habitação (0,41% para -0,61%), saúde e cuidados pessoais (0,41% para 0,05%), vestuário (0,42% para 0,00%) e comunicação (0,14% para 0,10%), aliviando um pouco o bolso dos consumidores.
O terceiro indicador que compõe o IGP-M desacelerou em julho, mas exerceu pouca influência na inflação do aluguel. A saber, o INCC passou de 0,85% em junho para 0,06% em julho.
Em suma, o resultado do indicador foi enfraquecido pela variação de dois dos três grupos componentes do INCC. As oscilações foram as seguintes: materiais e equipamentos (-0,15% para -0,26%), serviços (0,18% para 0,77%) e mão de obra (1,81% para 0,38%).
Estes dados mostram que a inflação do aluguel caiu em julho devido ao IPA, apesar de os preços terem subido tanto para os consumidores quanto na construção civil.