Direitos do Trabalhador

Grande surpresa, SALÁRIO MÍNIMO ideal tem valor revelado e choca brasileiros

Você já tem conhecimento de que o mínimo salarial tem a possibilidade de ser elevado novamente? Exatamente! o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acabou de ampliar o salário mínimo dos cidadãos brasileiros para R$ 1.320,00.

Entretanto, o montante atual ainda não é tido como adequado. Compreenda as razões e qual seria o ajuste justo do salário mínimo, considerando a inflação, as flutuações do Produto Interno Bruto (PIB) e da renda per capita.

Qual é o salário mínimo ideal?

No dia 1º de maio, ocorreu a divulgação, feita pelo presidente Lula, sobre o recente ajuste do piso nacional, que alcançou o montante de R$ 1.320,00. No entanto, observa-se que tal valor ainda não atinge o patamar ideal.

Isso porque, se a política anterior de valorização fosse mantida durante o período de 2020 a 2022, o mínimo seria de R$ 1.410,00. Para esse valor, considera-se a inflação e a flutuação do Produto Interno Bruto (PIB).

Como proposta para tornar os aumentos anuais acima da inflação permanentes, o governo Lula apresentou um novo projeto de lei. Contudo, é importante destacar que essa medida impacta não apenas a renda de toda a população, mas também afeta os recursos públicos.

Em vez dos atuais R$1.320,00, o salário mínimo nacional deveria ser de R$.1410,00 conforme cálculos realizados por Daniel Duque, pesquisador da FGV. Essa diferença representa cerca de 7% em relação ao valor atualmente estabelecido.

Existe uma forma menos impactante de reajustar o piso nacional?

De acordo com a perspectiva de alguns especialistas em economia, a abordagem adotada pelo presidente para reajustar o mínimo não é considerada ideal. Segundo o economista Tiago Sbardelotto, o aumento salarial deveria ser fundamentado na produtividade.

Uma estratégia de valorização do salário mínimo pode ser benéfica, porém, não da maneira como foi proposta pelo governo. Quando o salário mínimo cresce em ritmo superior à produtividade, isso implica em um custo adicional para as empresas, e esse custo tende a ser repassado para a economia como um todo, por meio da inflação“, esclareceu Sbardelotto.

Salário mínimo de 2024

O Governo Federal, sob a liderança de Lula, tem como intenção realizar o reajuste do salário mínimo em 2024 com base no acumulado do INPC entre novembro de 2022 e novembro de 2023. Além disso, o valor também levará em consideração o crescimento do PIC em 2022, conforme divulgado pelo IBGE.

O governo ainda argumenta que é necessário recuperar o poder de compra dos trabalhadores de baixa renda. Embora seja uma diferença relativamente pequena, o montante de R$ 90,00 pode ter um impacto significativo na vida da população brasileira.  Conforme alguns pesquisadores destacam, com esse valor, é até possível adquirir um botijão de gás em São Paulo.

No ano de 2020, o governo de Bolsonaro tomou a decisão de que o impacto nas contas públicas seria substancial caso o salário fosse reajustado considerando a variação do PIB e o INPC. Assim, antes de 2023, o último aumento real recebido pelos trabalhadores ocorreu em 2019.

Naquele ano, o salário mínimo subiu de R$ 954,00 para R$ 998,00 ficando R$ 8,00 abaixo da proposta inicial do governo de Michel Temer (MDB). Somente em 2023, durante o mandato de Lula, é que o piso salarial superou a inflação, aumentando de R$ 1.212,00 para R$ 1.302,00.

Até 2026, custo do reajuste salarial será de R$ 82,4 bilhões

O plano elaborado pela administração do presidente Lula para garantir um aumento real no salário mínimo, ou seja, acima da taxa de inflação, terá um impacto financeiro. O valor será de aproximadamente R$ 82,4 bilhões nos cofres públicos até 2026, de acordo com as estimativas do governo.

A proposta do Executivo prevê que, a partir do próximo ano, o valor mínimo seja ajustado com base na variação acumulada do INPC nos 12 meses encerrados em novembro do ano anterior ao reajuste. A isso, ainda se acresce a taxa de crescimento real do PIB do segundo ano anterior ao ano de referência.

Por exemplo, para o ano de 2024, o cálculo seria baseado no INPC calculado entre dezembro de 2022 e novembro deste ano, juntamente com o crescimento do PIB em 2022. O INPC é um indicador que mede a inflação das camadas mais pobres da população, considerando a variação de preços de uma cesta de produtos e serviços consumidos por famílias com renda média mensal entre um e cinco salários mínimos.

A alteração no valor do piso nacional impacta uma série de benefícios que são calculados com base nesse indicador, como:

  • Pensões;
  • Aposentadorias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS);
  • Benefício de Prestação Continuada (BPC);
  • Abono salarial;
  • Seguro-desemprego.

Caso o Congresso Nacional aprove a proposta do governo para estabelecer uma política de valorização do salário mínimo, o aumento acima da inflação no próximo ano representará um custo de aproximadamente R$ 18,1 bilhões. Para 2025 e 2026, estima-se que os impactos sejam de R$ 25,2 bilhões e R$ 39,1 bilhões, respectivamente.

Essa previsão exigirá um esforço adicional do governo para controlar as finanças públicas. Ainda mais que a administração de Lula tem a meta de eliminar o déficit no próximo ano e registrar resultados positivos a partir de 2025. Para viabilizar os recursos necessários para financiar um aumento real no mínimo, o Executivo terá que reduzir despesas ou aumentar a arrecadação.

No entanto, a administração do presidente está confiante na aprovação do projeto conhecido como arcabouço fiscal. Assim, se estabelecerá uma nova estrutura para as contas públicas do país, visando obter mais flexibilidade no orçamento nos próximos três anos. Segundo os cálculos do Palácio do Planalto, essa medida tem o potencial de gerar um aumento de receita de aproximadamente R$ 172 bilhões em 2024, R$ 188 bilhões em 2025 e R$ 188,5 bilhões em 2026.

O governo busca a aprovação do arcabouço até 31 de agosto, que é o prazo limite para a apresentação do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2024. Esse documento estimará as receitas e estabelecerá as despesas públicas para o próximo ano, incluindo todos os gastos relacionados ao salário mínimo.