Economia

Gasolina: Estados anunciam que devem elevar ICMS. Veja lista

Seis estados da federação anunciaram nesta semana que deverão elevar a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Por meio de uma carta, os secretários econômicos destas seis unidades da federação argumentaram que será preciso aplicar o reajuste para compensar as perdas com a Reforma Tributária.

O documento, no entanto, não deixa claro quais são as alíquotas que começarão a serem praticadas por estas unidades da federação. Este é um ponto importante para entender qual será o tamanho do impacto no bolso de milhões de brasileiros em breve.

Os estados que assinam a carta são os quatro do sudeste e dois do sul:

  • São Paulo;
  • Rio de Janeiro;
  • Espírito Santo;
  • Minas Gerais;
  • Paraná;
  • Rio Grande do Sul.

O que diz a carta dos estados

“A PEC 45/2019 (…), além de reduzir significativamente a autonomia tributária dos Estados e Municípios brasileiros, consagrou um mecanismo de distribuição do produto arrecadado com o novo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) que vem induzindo os Estados a um movimento generalizado de elevação das atuais alíquotas modais do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), tributo que será extinto em 2033, mas cujos efeitos, sob o prisma da transição federativa, se farão sentir até 2078”, diz o documento.

“A arrecadação dos Estados com o ICMS nos próximos 5 anos condicionará, em significativa medida, as suas receitas tributárias nos 50 anos subsequentes, configurando-se um forte incentivo para que aumentem a sua arrecadação entre 2024 e 2028, por exemplo, mediante a realização de programas de recuperação de créditos tributários ou aumentos de alíquotas modais de ICMS”, prossegue.

“Ressalta-se que a recomposição da arrecadação é imprescindível para que os cidadãos das regiões mencionadas possam ter Estados com recursos compatíveis com suas necessidades e capacidades de contribuir com a Federação. Cuida-se, pois, de medida vocacionada a preservar os erários estaduais, garantir as bases para o crescimento econômico e assegurar as condições para a execução de políticas públicas necessárias ao atendimento das demandas, dos direitos e garantias fundamentais da presente e das futuras gerações”, acrescentou o documento.

A carta é assinada pelos seguintes secretários:

  • Samuel Kinoshita, secretário da Fazenda e Planejamento de São Paulo;
  • Leonardo Lobo, secretário de Fazenda do Rio de Janeiro;
  • Benicio Costa, secretário de Fazenda do Espírito Santo;
  • Gustavo Barbosa, secretário de Fazenda de Minas Gerais;
  • Renê Garcia, secretário de Fazenda do Paraná;
  • Priscilla Maria Santana, secretária da Fazenda do Rio Grande do Sul.

No Rio Grande do Sul, por exemplo, o governador Eduardo Leite (PSDB) chegou a apresentar uma proposta de aumento da alíquota do ICMS do seu estado de 17% para 19,5%. Não se sabe, no entanto, se este patamar será seguindo pelos demais estados que assinam a carta acima.

Eduardo Leite já confirmou elevação da alíquota em seu estado. Imagem: José Cruz/ Agência Brasil

Pressão por redução do preço da gasolina

A carta dos governadores está sendo divulgada justamente em um momento em que o governo federal tenta pressionar a Petrobras a aplicar novas reduções nos preços da gasolina no Brasil.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu convocar para esta quarta-feira (22) uma reunião com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. Embora o tema da reunião não tenha sido divulgado, o fato é que a expectativa é que o assunto gire em torno de uma nova redução nos preços combustíveis no Brasil.

É importante lembrar o contexto em que a reunião está ocorrendo. O momento atual é de total pressão na Petrobras, para que a estatal reduza os preços dos combustíveis no Brasil.

No último domingo (19), por exemplo, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, chegou a fazer uma cobrança pública sobre o assunto.

Informações de bastidores colhidas pela emissora CNN Brasil indicam que já existe hoje uma pressão interna para que Lula troque o comando da Petrobras.