A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, afirmou em uma entrevista recente, que a guerra entre o estado de Israel e o grupo terrorista Hamas, da Palestina, traz uma consequência direta para a economia global. Todavia, ela diz ser ainda difícil definir o impacto causado pelo conflito.
A princípio, Kristalina Georgieva disse que “as consequências do ataque do Hamas à Israel adicionou uma nuvem a um horizonte não muito ensolarado para a economia mundial”. A diretora-geral falou sobre o conflito atual do Oriente Médio durante a Reunião do FMI e do Banco Mundial, em Marrakech, no Marrocos.
Desse modo, a diretora-geral do FIM diz que é difícil ter uma estimativa sobre o impacto económico do conflito, mas que é necessário dizer que, em primeiro lugar, são as pessoas inocentes que pagam o preço do conflito. Ela, neste sentido, citou o ataque do Grupo Hamas e os bombardeiros de retaliação do exército de Israel.
Analogamente, Kristalina Georgieva afirmou que o FMI atualmente está acompanhando o conflito no Oriente Médio e as devidas consequências da guerra entre o Hamas e Israel. Ela diz que o fundo já observou algumas reações do mercado internacional de petróleo, com uma série de altas e baixas relacionadas.
Mesmo com o conflito no Oriente Médio, o FMI continua com suas estimativas sobre um crescimento da economia mundial de cerca de 3% em 2023. Entretanto, houve uma redução considerável nas previsões para o ano que vem, caindo para 2.9% no total. Aliás, Kristalina Georgieva diz que a economia está mancando, não correndo.
Ademais, para a diretora-geral do FMI, o conflito entre o Estado de Israel e o Grupo Hamas, se relaciona ainda com outras complicações, que acabaram por se transformar em uma nova norma. Ela diz que esse cenário fragilizou ainda mais um mundo já debilitado pelo fraco crescimento e pela fragmentação de sua economia.
Em síntese, Kristalina Georgieva solicitou aos países presentes na reunião do FMI, que restabeleçam suas regras orçamentárias, tornando-se capazes de responder aos choques futuros, e de fazer os investimentos necessários”. Ela citou as complicações da pandemia de covid-19, a inflação e a guerra na Ucrânia.
Por essas e outras razões, a diretora-geral do FMI disse que houve um exponencial aumento dos gastos públicos dos países em todo o mundo. Ela defende uma maior disciplina orçamentária, já que no momento, não há um crescimento real da economia, e que são necessárias ações para a recuperação das nações.
Há de fato, uma preocupação do FMI com uma maior oferta de oportunidades que possam, realmente, melhorar a vida da população mundial. Em relação a geopolítica e a tensão entre o Hamas e Israel, que pode gerar uma tensão econômica, o fundo diz que é preciso haver uma maior flexibilidade, com respostas mais rápidas.
Dessa maneira, para a diretora-geral do FMI, uma piora expressiva no conflito do Oriente Médio, irá impactar diretamente na economia mundial. Neste sentido, é capaz de se observar uma grande escalada nos preços do petróleo e seus derivados. Os países então podem ter como resultado, um aumento na inflação.
A vice-diretora-gerente do FMI, GIta Gopinath, apresentou algumas projeções relacionadas à guerra entre o Hamas e Israel. Ela apontou que uma alta de 10% nos preços do petróleo poderia impactar diretamente a inflação em 0,4% depois de um ano. Isso implicaria em uma redução do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,15%.
O presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, se juntou a Kristalina Georgieva em um comunicado em conjunto durante a reunião do FMI. Para eles houve um crescimento dos riscos à economia mundial devido ao conflito no Oriente Médio. Eles pedem uma união global para proteger a prosperidade e acabar com a pobreza.
No comunicado, o Banco Mundial e o FMI afirmaram que “as perspectivas para o crescimento global no médio prazo estão no nível mais baixo em décadas”. Isso seria consequência de diversas crises, alto endividamento, dificuldades de obtenção de financiamentos para serviços básicos, como infraestrutura e ações para a sustentabilidade.
Em conclusão, eles disseram que o mundo se tornou mais propenso a choques. Há um grande risco ao desenvolvimento, ao crescimento, nos empregos e no padrão de vida da população mundial. Houve um aumento nas desigualdades sociais em inúmeros países. Os mercados emergentes são os que mais sofrem.