O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a dizer foi mal interpretado. Desta vez, ele se defendeu dizendo que a fala dita em relação ao filho do porteiro, na verdade, se tratava de uma crítica as universidades particulares e não ao Fies – Fundo de Financiamento Estudantil.
O ministro alegou que a “culpa” pelo mal-entendido seria da imprensa que estaria criando personagens. “Um personagem que não existe. Eu estava criticando o setor privado. Você vê como vocês têm um viés analítico, militante que na verdade impede a clareza. Eu tinha elogiado o Fies”, afirmou.
A declaração foi dada na terça-feira (11) durante a audiência pública extraordinária na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados. Na ocasião, o tema principal era a reforma administrativa.
O ministro também declarou que foi o porteiro quem teria questionado a idoneidade da faculdade e estaria com medo de não conseguir pagar a mensalidade. Mais uma vez ele não provou como foi possível essa aprovação com zero no Fies, já que a pontuação mínima estabelecida por lei é 450.
“O porteiro do prédio me perguntou o seguinte: ‘Eu fiquei super feliz que o menino vai continuar a estudar, mas eu fiquei preocupado porque a prestação deve ser cara. Como é que eu vou pagar essa faculdade? Será que isso aí é uma caça-níqueis? Será que vale a pena? E aí nós falamos de. Eu falei ‘tem bolsas, tem Fies, se informa lá sobre isso’ “, disse Guedes.
Na semana passada, durante reunião do Conselho de Saúde Suplementar (Consu), sem apresentar dados concretos, Guedes declarou que o filho do seu porteiro teria zerado o vestibular e ainda sim foi aprovado pelo Fies.
“O porteiro do meu prédio, uma vez, virou para mim e falou assim: ‘Seu Paulo, eu estou muito preocupado’. O que houve? ‘Meu filho passou na universidade privada’. Ué, mas está triste por quê? ‘Ele tirou zero na prova. Tirou zero em todas as provas e eu recebi um negócio dizendo: Parabéns, seu filho tirou…’”, disse Guedes na semana passada.
Essa não é a primeira vez que o ministro acusa a imprensa ou se defende jogando a culpa para uma fala “mal-entendida”.
Situação parecida já aconteceu sobre falas da mesma reunião quando o ministro afirmou que os chineses “inventaram o vírus” (em referência a Covid-19) e ainda opinou que a vacina criada nos Estados Unidos é mais eficaz.