FESTA NO GOVERNO: IPCA registra deflação; entenda o impacto na sua vida
Novos números da inflação foram divulgados há poucos instantes na manhã desta terça-feira (10). Entenda
A manhã dessa terça-feira (10) vem sendo de festa dentro do governo federal, sobretudo dentro da equipe econômica do poder executivo. O motivo: o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mostrou uma queda de 0,02% em agosto.
Os dados em questão foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se da primeira situação de deflação no Brasil desde junho de 2023, quando a baixa foi na casa dos 0,08%.
É importante destacar que o resultado de agosto acabou sendo melhor do que o esperado pelos principais especialistas econômicos. As principais agências do país apostavam em uma mediana de 0,01% em um cenário de aumento da inflação.
O motivo da deflação
Os especialistas econômicos afirmam que o novo resultado teria sido influenciado pelas quedas nos preços da energia elétrica residencial, e também de alguns alimentos.
No ano, a inflação acumulada está na casa dos 2,85%. Nos últimos 12 meses, este patamar está em 4,24%. Estes números estão dentro do intervalo da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Resultados por grupos
Abaixo, você pode conferir a diferenciação dos resultados por grupos:
- Alimentação e bebidas: -0,44%;
- Habitação: -0,51%;
- Artigos de residência: 0,74%;
- Vestuário: 0,39%;
- Transportes: 0,00%;
- Saúde e cuidados pessoais: 0,25%;
- Despesas pessoais: 0,25%;
- Educação: 0,73%;
- Comunicação: 0,10%.
“O principal fator que contribuiu para a queda nos preços foi uma maior oferta desses produtos no mercado por conta de um clima mais ameno no meio do ano, que favorece a produção desses alimentos, com maior ritmo de colheita e intensificação de safra”, destaca André Almeida, gerente da pesquisa de preços do IBGE.
Como a inflação muda a sua vida
De maneira geral é possível afirmar que a inflação é um termo usado dentro da ciência econômica para designar o aumento generalizado de preços de bens e serviços. Em resumo, ela representa o aumento do custo de vida e a consequente redução do poder de compra dos brasileiros.
Uma maneira clara de perceber o impacto da inflação na vida das pessoas é ir ao supermercado. Todos os consumidores reconhecem que os preços dos produtos estão mais caros agora do que há 10 anos atrás, por exemplo. Isso acontece justamente por causa do aumento da inflação.
A maioria dos economistas, no entanto, entende que o aumento da inflação ao longo dos anos não é necessariamente um ponto negativo. Desde que os trabalhadores recebam o aumento real do salário mínimo, é natural que o preço dos produtos e serviços subam ao longo dos anos.
Repercussão nas redes sociais
Diante do cenário de deflação indicado em agosto pelo IBGE, vários membros do governo federal se pronunciaram oficialmente através das suas redes sociais. A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, por exemplo, comemorou os números.
“Semana começa com mais notícia boa: inflação de agosto recuou 0,02% em relação a julho, abaixo do esperado pelos analistas de mercado, puxada pelo recuo nos grupos de Alimentação e Bebidas e Habitação, principalmente. O acumulado em 12 meses ficou em 4,24%, ante 4,5% nos últimos 12 meses anteriores. É PIB, emprego e renda aumentando com inflação caindo. Esse é o Brasil que a gente quer”, disse a ministra.
Ao menos até publicação desse artigo na manhã desta terça-feira (10), membros da oposição não tinham comentado os números.
PIB
A divulgação dos dados da deflação acaba sendo uma segunda notícia positiva em um curto espaço de tempo. Isso porque ainda na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os novos números do Produto Interno Bruto (PIB).
Segundo as informações oficiais, o PIB avançou 1,4% na comparação com os três primeiros meses do ano.
A mediana das projeções do mercado para o PIB do segundo trimestre de 2024 estava na casa de 0,9%, ou seja, apenas um pouco acima do 0,8% que foi registrado pelo IBGE no primeiro trimestre. No final das contas, o 1,4% foi bem acima do que estava sendo esperado.