A Federação Única dos Petroleiros (FUP) enviou uma nota pública para a campanha do ex-presidente Lula (PT). Entre outros pontos, eles dizem que o Governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) estaria fazendo um “uso político” da Petrobras. Os petroleiros afirmam que a campanha do presidente está tomando decisões de cunho estratégico com base em cálculos eleitorais.
A nota dá destaque para a questão dos preços dos combustíveis. De uma maneira resumida, a Federação argumenta que o Governo Federal estaria segurando o aumento do combustível apenas para não prejudicar a campanha do presidente. Por esta mesma lógica, a nota indica que os aumentos podem chegar de uma só vez logo depois das eleições presidenciais.
“Além de anunciar, praticamente a cada semana, reduções pontuais nos preços dos combustíveis, às vésperas das eleições, e pressionar a empresa a segurar preços até o próximo dia 30, sem mudar em nada a equivocada política de Preço de Paridade de Importação (PPI), a gestão bolsonarista da Petrobras vem promovendo uma dança das cadeiras no alto escalão da companhia, com critérios políticos”, diz a nota.
“Chamamos a atenção para a ocupação de cargos estratégicos, de forma escusa, em diretorias com orçamentos relevantes, o que é altamente preocupante, diante da possibilidade de fraudes e corrupção para financiamento de campanhas eleitorais”, comentou o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.
O Governo Federal não respondeu aos questionamentos da nota. Contudo, membros do Planalto e da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) dizem que há um esforço concentrado para diminuir os tributos sobre os combustíveis. Para eles, a redução dos preços tem total relação com as medidas tomadas.
De todo modo, informações de bastidores dão conta de que o Governo Federal estaria pressionando a Petrobras a não anunciar nenhum aumento de combustível, ao menos, até o final do segundo turno. A eleição está marcada para o próximo dia 30.
A informação de que o Governo estaria pressionando a Petrobras foi dada incialmente pelo portal G1, e logo depois foi confirmada por outros veículos de comunicação. O poder executivo não confirma a veracidade desta informação.
Seja como for, mesmo que o Governo queira manter o preço do jeito que está, a avaliação dos economistas é de que se o preço do barril de petróleo subir para a casa dos US$ 100, será quase impossível não repassar o aumento do preço para o consumidor final.
Nos últimos meses, o Governo Federal aprovou algumas medidas de caráter paliativo visando ajudar as pessoas que precisam comprar combustível para trabalhar. O foco principal está nos caminhoneiros e nos taxistas.
Os motoristas de caminhão estão recebendo o Pix Caminhoneiro. Trata-se de um benefício social que faz liberações mensais de R$ 1 mil por usuário. Os repasses tiveram início em agosto e devem seguir até dezembro.
O auxílio-taxista tem basicamente a mesma estrutura. O que muda aqui é que o público alvo são os motoristas de táxi. Eles também recebem R$ 1 mil por mês, e as liberações só estão confirmadas até o final deste ano.