Faustão, um dos maiores apresentadores de televisão do Brasil, se encontra numa situação delicada de saúde. Internado no Hospital Israelita Albert Einstein, ele enfrenta um quadro grave de insuficiência cardíaca e aguarda na fila do SUS para um transplante de coração. No entanto, a espera pode ser longa no país, pressionando o apresentador a considerar opções além das fronteiras nacionais.
A saber, no Brasil, o tempo de espera para um transplante de coração pode variar de 12 a 18 meses. Atualmente, o estado de São Paulo tem cerca de 40 mil pessoas na fila. Esta lista não é organizada apenas pelo tempo de espera, mas também leva em consideração a gravidade da condição dos pacientes e outros fatores, como o tipo sanguíneo.
Apesar da condição de Faustão ser considerada grave, o apresentador deve respeitar a fila do SUS, que é o único sistema responsável por transplantes no país, abrangendo tanto a rede pública quanto a privada.
Uma alternativa que Faustão poderia considerar seria realizar o procedimento em outros países. Nos Estados Unidos, por exemplo, o tempo de espera é significativamente menor, cerca de 5 meses.
No entanto, a opção americana vem com um grande preço. O custo de um transplante de coração nos Estados Unidos pode superar US$ 1,6 milhão, o equivalente a mais de R$ 8,1 milhões, de acordo com um relatório de 2020 da empresa Milliman.
Enquanto aguarda na fila do transplante, Faustão continua internado e sob cuidados intensivos. Segundo boletim médico divulgado recentemente, ele está em diálise e necessita de medicamentos para fortalecer o bombeamento do coração.
A situação de Faustão é um exemplo da dura realidade enfrentada por muitos brasileiros que aguardam por um transplante. É uma jornada de ansiedade e incerteza, onde o tempo é um fator crucial e onde a possibilidade de buscar tratamento no exterior se transforma em um luxo inacessível para a maioria.
Comparação entre transplante de coração no Brasil e nos EUA
Transplante de coração | Brasil | Estados Unidos |
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Tempo de espera | 12-18 meses | 5 meses |
Custo | Gratuito pelo SUS | US$ 1,6 milhão |
Recentemente, a Dra. Stephanie Rizk, médica especializada em transplantes cardíacos, deu uma entrevista e afirmou que o SUS possui um programa de transplantes exemplar. De acordo com a profissional, o sistema funciona eficazmente, abordando questões como captação de órgãos, indicações e priorizações de forma eficiente.
“O SUS tem um excelente programa de transplantes, isso é indiscutível. As filas funcionam adequadamente, a questão da captação, a questão das indicações e das priorizações, isso está muito claro, muito bem estabelecido. O fluxo de busca de órgãos também, mas a gente precisa aumentar as campanhas de maneira continuada”, destaca Dra. Rizk.
Além disso, a médica enfatiza que há uma necessidade de educação continuada para manter o número de doações em alta. Isso porque, o transplante não deve ser um assunto tabu, e que é fundamental que a população entenda o significado de doar um órgão e salvar uma vida.
Para ser um doador de coração, o indivíduo precisa ter uma morte encefálica confirmada. De acordo com a médica, qualquer pessoa que sofra morte encefálica e cuja família autorize a doação de órgãos ou tecidos pode ser um doador. No entanto, existem algumas exceções, como casos de alguns tipos de câncer e HIV, que impedem a doação.
A médica também esclarece que o doador precisa estar internado em uma unidade hospitalar de tratamento intensivo, ter a causa da lesão cerebral estabelecida e conhecida, e a condição deve ser irreversível. O paciente não pode apresentar hipotermia, hipotensão arterial ou estar sob efeitos de drogas depressoras do sistema nervoso central.