O total de famílias endividadas e com os valores em atraso, em fevereiro, foi o maior registrado desde março de 2010. Os dados são da Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) e foram divulgados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Desta forma, você pode estar se perguntando quantas famílias estão com dívidas ou contas em atraso, certo? Saiba que o percentual atingiu 27% no mês passado. Na realidade, apesar dos altos números altos, comparado com janeiro a alta foi de 2,5% – o que demonstra que o início do ano os brasileiros já contavam com dívidas.
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Das famílias endividadas e que estão com valores em atraso, 10,5% declarou não ter condições de pagar a dívida – o que representa um aumento de 0,4%
Além das famílias que estão endividas, há aquelas com dívidas, sendo estas cartão de crédito, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, por exemplo. O total de famílias nesta situação foi de 76,6% em fevereiro.
O presidente da CNC, José Roberto Tadros, explicou em nota, obtido pela Agência Brasil, que um dos motivos da inadimplência teria relação com a alta dos juros dificultando negociações e novos pedidos de crédito.
“O panorama mostra que, na margem, o custo do crédito mais elevado e o próprio endividamento entre as pessoas que vivem no mesmo domicílio dificultam a contratação de novas dívidas e o pagamento dos compromissos na data de seus vencimentos”, disse ele.
A pesquisa também revelou que o cartão de crédito é o maior vilão das famílias endividadas, representando 86,5% do total – um aumento de 6,5% em relação a fevereiro de 2021 e 7,9% no mesmo mês de 2020.
Para a economista da CNC responsável pela pesquisa, Izis Ferreira, os juros altos e as incertezas de ano eleitoral podem contribuir para o cenário. “Consideramos necessárias e relevantes as alternativas que suportem o pagamento dos compromissos financeiros assumidos e a renegociação das dívidas ou contas não pagas”, disse a economista, de acordo com informações da Agência Brasil.
Um dos problemas que podem ter se somado ao endividamento é a crise que o país enfrenta, aliada a alta de preços. A inflação ficou acima da meta em 2021 e, inclusive ultrapassou a casa dos dois dígitos. Desta forma, o salário do brasileiro vai perdendo cada vez mais o poder de compra, já que nem sempre os reajustes anuais cobrem a inflação.