No início da teleconferência de resultados do segundo trimestre, Fabio Barbosa, CEO da Natura (NTCO3), abordou o prejuízo líquido de R$ 731,9 milhões ocorrido entre abril e junho. Ele expressou confiança em uma recuperação significativa no segundo semestre do ano.
Barbosa explicou que o lucro líquido da Natura continua sendo prejudicado pelas despesas financeiras, que serão eliminadas após a conclusão do negócio com a Aesop. A expectativa é que a transação seja finalizada no terceiro trimestre do ano.
Venda da Aesop
A Natura anunciou em abril a venda de sua subsidiária australiana Aesop para a L’Oreal por US$ 2,5 bilhões. Com os recursos provenientes dessa venda, a Natura espera fechar o terceiro trimestre de 2023, eliminando grande parte de sua dívida e colocando o balanço da empresa em uma posição favorável de caixa.
O relatório da Natura aponta perdas de operações descontinuadas no segundo trimestre de 2023, principalmente devido à margem mais baixa na Aesop. No entanto, apesar do prejuízo no segundo trimestre deste ano, as perdas líquidas foram 4,6% menores do que as reportadas no ano anterior.
Mesmo com a conclusão da venda da Aesop, a Natura ainda enfrenta desafios. “O The Body Shop continua enfrentando desafios constantes na receita, e estamos focados na conversão de caixa”, disse Barbosa aos analistas. O CFO da Natura, Guilherme Castellan, relatou que o The Body Shop tem enfrentado uma diminuição dos canais de distribuição, como parte do processo de reestruturação da marca.
Onda 2: Natura-Avon
Sobre a integração entre a Natura e a Avon na América Latina, que começou com a chamada “Onda 2”, os executivos da empresa expressaram satisfação com os resultados nos dois países que já implementaram o programa.
Em relação à Argentina, onde a Natura opera, os executivos afirmam que estão monitorando a situação econômica e política. “Estamos preparados para essa volatilidade“, disse João Paulo Ferreira, diretor-executivo para a América Latina da Natura.
Análise do Balanço da Natura
Quando se trata dos resultados, a XP apontou resultados sólidos no segundo trimestre de 2023 da Natura, com expansão da marca e da margem bruta. No entanto, a empresa enfrenta custos de transformação mais altos.
Ao final da sessão, as ações da Natura fecharam com alta de 5,48%, cotadas a R$ 18,09. Durante a sessão, os papéis oscilaram entre R$ 17,46 e R$ 18,29. No acumulado deste ano, as ações da empresa subiram 55,8%.
Apesar dos desafios, a Natura segue confiante em sua recuperação e na expansão contínua de sua marca. A beleza da empresa está em sua resiliência e inovação constante, mesmo diante de adversidades.
A história e evolução da Natura
A Natura, um nome de peso no universo da cosmética mundial, nasceu no coração do Brasil em 1969. Com o decorrer dos anos, a marca evoluiu para se tornar uma gigante multinacional, oferecendo uma vasta gama de produtos de beleza e higiene pessoal.
Nasceu como uma modesta loja de produtos de beleza e higiene pessoal, mas rapidamente ganhou destaque graças à sua abordagem inovadora e sustentável. Hoje, a Natura é líder no segmento de vendas diretas no Brasil, com um volume de negócios líquido de 7,9 bilhões de reais em 2016. Nela trabalham mais de 6400 colaboradores, além de contar com a colaboração de 1,8 milhões de consultores.
A empresa não se limita ao Brasil, com presença em países como Argentina, Bolívia, Chile, México, Peru, Colômbia, Estados Unidos e França. A empresa possui fábricas em Cajamar, no estado de São Paulo, e em Benevides, no estado do Pará. Além disso, possui centros de pesquisa e tecnologia em São Paulo, Manaus e Nova Iorque.
Os produtos da Natura são conhecidos por evocar prazer e bem-estar, estimulando os sentidos e aprimorando a relação do usuário consigo mesmo, com seu corpo, com os outros e com o mundo. A empresa oferece uma variedade de produtos em várias categorias, como banho, corpo, rosto, cabelo e perfumes.
A Natura preza pelo uso de ingredientes vegetais provenientes da biodiversidade brasileira, colhidos em parceria com comunidades locais. Esta abordagem não só adiciona um toque único a seus produtos, mas também contribui para a sustentabilidade e o desenvolvimento socioeconômico dessas comunidades.
Desde suas origens, a Natura tem se empenhado na promoção da sustentabilidade. Em 2014, tornou-se a maior empresa com certificação B Corp do mundo e a primeira empresa de capital aberto a receber essa certificação. Esta conquista reflete o compromisso da Natura em gerar um impacto ambiental, social e econômico positivo.