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Estudo de novos antivirais para o combate à Covid-19 segue a passos lentos

As falta de avanço no desenvolvimento de remédios específicos contra o coronavírus já era esperada, visto o foco científico para produção das vacinas

Banco de Imagens: Unsplash

Seguindo o princípio básico de que é melhor prevenir do que remediar, os esforços científicos para o desenvolvimento da vacina contra a Covid-19, sem dúvidas, foram priorizados no primeiro momento da Pandemia, entretanto, as pesquisas para novos medicamentos antivirais não seguiram o mesmo caminho.

Até agora, os estudos dos antivirais para o combate da Covid-19 seguem em passos lentos, com poucos resultados promissores.

Apesar de alguns medicamentos se mostrarem eficientes para reduzir os danos da doença, seja aliviando os sintomas ou reduzindo o tempo de internação de casos graves, ainda não há um antiviral criado especificamente para combater o vírus.

Diante disto, a expectativa é de que sejam elaborados novos fármacos, produzidos com moléculas que agem contra as proteínas do coronavírus, visto que os remédios desenvolvidos para o tratamento de outras doenças, que acabaram sendo alvos do estudo contra a Covid, não funcionaram, como é o caso da hidroxicloroquina e da cloroquina.

Esses medicamentos ganharam destaque na Pandemia por se mostrarem eficazes durante análises in vitro (no laboratório), entretanto, quando foram submetidos a estudos clínicos robustos, randomizados e abrangendo maior número de voluntários, acabaram sendo descartados pela ineficiência contra o coronavírus.

Mesmo com estes resultados insatisfatórios, o Brasil continua com o estudo da droga, segundo o último balanço da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), do Ministério da Saúde.

A vez do remdesivir!

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Após a repercussão da hidroxicloroquina e cloroquina, agora é a vez do medicamento remdesivir, porém, neste caso a diferença é que o remédio já foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para o combate ao novo coronavírus.

A substância, que vem sendo apontada como promissora para o tratamento da Covid-19 foi desenvolvida para o combate do ebola e tem sua venda e uso limitado para os hospitais. Esta droga também é a primeira que terá na bula a indicação para uso em pacientes infectados pela Covid-19.

O remdesivir é indicado para casos de pneumonia e pacientes que precisam de suplementação de oxigênio.

Entre seus efeitos está a redução do tempo de internação, pois impacta a questão inflamatória e carga viral, porém, não interfere no risco de mortalidade.

Diante disto, o remdesivir seria usado para evitar que o paciente fique muito tempo utilizando o serviço de saúde ou apresente complicações durante a internação.

Durante seu estudo contra a Covid foi identificado uma potente atividade in vitro e in vivo contra o SARS-Cov-2. Apesar disso, o nível de toxicidade ao rim também foi constado, porém, sem grandes preocupações.

Ainda de acordo com uma pesquisa patrocinada pelo Laboratório Gilead, a recuperação dos pacientes pode ser acelerada com o medicamento, antecipando a alta da internação em até cinco dias.

Diante destes apontamentos, fica claro que ainda não há uma solução para acabar com o vírus, ou seja, medicamentos antivirais específicos e sim, meios para acelerar a recuperação de pacientes já internados, como é o caso do remdesivir. Por isso, a prevenção ainda é a única arma: vacina, isolamento social, uso de máscara e assepsia das mãos continuam valendo como recursos essenciais no combate à Covid-19.

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